As inúmeras investigações sobre o universo Trump

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O comparecimento na Justiça, na terça-feira (19), de Michael Flynn, ex-conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, e a dissolução da fundação beneficente do presidente dos Estados Unidos ilustram o avanço das inúmeras investigações judiciais das quais o magnata nova-iorquino e seu entorno são alvo.

 

Em maio de 2017, o procurador especial Robert Mueller recebeu a tarefa de investigar "qualquer vínculo e/ou coordenação entre o governo russo e as pessoas relacionadas com a campanha do presidente Donald Trump", assim como "qualquer tema" que surja "diretamente" dessas investigações.

Nenhuma evidência foi revelada até o momento.

Os investigadores estão particularmente interessados em uma reunião de junho de 2016 na Trump Tower, em Nova York, com uma advogada russa que afirmava ter informação comprometedora sobre a candidata democrata Hillary Clinton.

Paul Manafort, então diretor de campanha do candidato republicano, o filho mais velho do presidente, Donald Jr, e seu genro e assessor, Jared Kushner, teriam estado presentes nesse encontro.

Mueller também quer saber se Roger Stone, assessor informal de Trump, chegou a um acordo com a plataforma WikiLeaks para divulgar, em 2016, milhares de e-mails do Partido Democrata. O conteúdo abalou a campanha de Hillary.

Até agora, a Justiça indiciou 25 supostos agentes da Inteligência militar russa (GRU) por ingerência na eleição americana.

Flynn e o ex-assessor diplomático George Papadopulos se declararam culpados de terem mentido para o FBI (a Polícia Federal americana) sobre seus contatos com funcionários russos de alto escalão durante a campanha eleitoral nos EUA.

Manafort foi declarado culpado de fraude fiscal por eventos anteriores a 2014, quando era assessor do governo ucraniano pró-russo. Também admitiu ser culpado de obstrução à Justiça.

Michael Cohen, ex-advogado pessoal de Donald Trump, foi condenado a três anos de prisão por ter omitido contatos com a Rússia. Esses contatos estariam relacionados com um projeto imobiliário em Moscou em 2016, no auge da campanha à presidência.

 

Donald Trump é suspeito de obstrução de Justiça por ter demitido o então diretor do FBI, James Comey, em maio de 2017. Na época, Comey dirigia a investigação sobre a ingerência russa na campanha presidencial. Essa demissão levou à designação do procurador especial.

Antes, o presidente havia pedido a Comey que não investigasse Flynn e pareceu contemplar a possibilidade de indultar vários de aliados mais próximos, se fossem condenados - entre eles Flynn e Manafort.

 

Condenado em 12 de dezembro a três anos de prisão, Michael Cohen admitiu ter pagado 280.000 dólares a duas mulheres, pouco antes da eleição, para evitar que falassem em público sobre seu affair com Trump. Ele nega categoricamente.

Por supostamente também pretenderem influenciar o resultado da eleição, esses pagamentos deveriam ter sido incorporados às contas de campanha do candidato republicano, segundo a Justiça.

O magnata garante que nunca pediu a seu advogado que violasse a lei. Cohen diz, por sua vez, ter agido "sob as ordens" de Trump. O presidente admitiu que reembolsou o advogado nos cerca de 130.000 dólares entregues à atriz pornô Stormy Daniels.

 

O presidente é acusado de usar sua fundação - na qual seus filhos Donald Jr., Eric e Ivanka ocupam cargos de diretoria - para promover seus hotéis e clubes de golfe e arrecadar fundos relacionados com a campanha eleitoral. Isso é proibido por lei nos Estados Unidos.

A fundação teria gasto indevidamente cerca de 2,8 milhões de dólares. A investigação lançou luz sobre a sobreposição entre a Fundação e a Organização Trump.

Este grupo supervisiona os ativos do presidente, mas, após sua chegada à Casa Branca, ele entregou sua administração a seus dois filhos mais velhos. Ao mesmo tempo, manteve suas ações no grupo, o que poderia representar um conflito de interesses.

Na terça-feira, a Fundação anunciou sua dissolução, mas a investigação judicial continua.

 

O Trump International Hotel de Washington está sob investigação pela receita obtida por seu proprietário de governos estrangeiros, em violação da Constituição dos Estados Unidos.

Na expectativa de atrair os favores do presidente, as delegações estrangeiras preferem este hotel de luxo situado perto da Casa Branca.

 

Segundo o "Wall Street Journal", a Justiça está investigando os 107 milhões de dólares em doações recebidos pelo comitê responsável por organizar a cerimônia de posse de Trump em janeiro de 2017.

Suspeita-se de que os doadores podem ter contribuído para esse ato em troca do acesso privilegiado a integrantes do governo.

 

A Receita analisa denúncias de fraude contra a família Trump, que, segundo o jornal "The New York Times", não informou centenas de milhões de dólares em rendimentos nos anos 1990.

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