Ex-advogado de Trump depõe no Congresso
Michael Cohen, ex-advogado pessoal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participa nesta quarta-feira (27) de uma audiência pública na Câmara dos Representantes, durante a qual deve lançar novas acusações contra o magnata.
Cohen já foi ouvido por nove horas no Senado e carrega uma condenação a três anos de cadeia por evasão fiscal, falso testemunho e violação da lei eleitoral.
Segundo uma antecipação obtida pelo jornal The New York Times, o advogado dirá ao Congresso que Trump sabia que o WikiLeaks tivera acesso a emails hackeados do Partido Democrata e potencialmente danosos para sua rival nas eleições de 2016, Hillary Clinton.
Além disso, acredita-se que Cohen mostrará documentos que comprovem os reembolsos do pagamento feito à atriz pornô Stephanie Clifford, mais conhecida como Stormy Daniels, para comprar seu silêncio sobre um caso extraconjugal com o republicano.
A relação teria ocorrido em 2006, e Clifford recebeu US$ 130 mil, na reta final da campanha de 2016, para não levar a história à imprensa. Em seu julgamento, Cohen admitiu ter subornado a atriz pornô e a ex-modelo da Playboy Karen McDougal, que também diz ter tido um caso com Trump.
O advogado ainda foi condenado por ter mentido sobre as datas das negociações para construir uma Trump Tower em Moscou, que terminaram em julho de 2016, e não em janeiro, como ele havia dito. Cohen deve ser questionado se a ordem de mentir à Justiça partiu do próprio presidente.
Em uma das passagens do depoimento por escrito obtido pelo NYT, ele define seu ex-cliente como "racista" e "fraudador" e o acusa de ameaçar sua família. "Pedi a essa comissão que minha família seja protegida das ameaças presidenciais", dirá o advogado.
Em Hanói, no Vietnã, para a cúpula com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, Trump disse que Cohen está "mentindo" para obter uma redução de sua pena.