Grupos estrangeiros provavelmente estão por trás de ataques no Sri Lanka, diz embaixadora dos EUA
COLOMBO (Reuters) - A escala e a sofisticação dos ataques do domingo de Páscoa contra igrejas e hotéis do Sri Lanka apontam para o envolvimento de um grupo externo como o Estado Islâmico, disse a embaixadora dos Estados Unidos nesta quarta-feira, quando o saldo de mortes subiu para 359.
O grupo militante Estado Islâmico assumiu a autoria dos ataques com bomba coordenados a igrejas e hotéis, mas não apresentou provas da alegação.
Autoridades do Sri Lanka culparam dois grupos islâmicos do país com supostos laços com o Estado Islâmico, e começaram a surgir detalhes sobre um bando de nove suicidas instruídos e de famílias bem de vida, inclusive uma mulher.
"Se você olhar a escala dos ataques, o nível de coordenação, a sofisticação deles, não é implausível pensar que existem laços estrangeiros", disse a embaixadora dos EUA no Sri Lanka, Alaina Teplitz, a repórteres em Colombo.
"Explorar laços em potencial será parte (das investigações)", acrescentou, dizendo ainda que o FBI e os militares norte-americanos estão auxiliando a investigação.
"Nossa esperança é que, em resultado de nossos esforços conjuntos, apreenderemos os perpetradores e colaboradores, rastrearemos os laços e conseguiremos evitar que este tipo de coisa aconteça no futuro".
Os comentários vieram no momento em que o ministro da Defesa do Sri Lanka, Ruwan Wijewardene, admitiu que houve uma falha de inteligência considerável antes dos ataques, já que surgiram relatos de alertas de ataques que não desencadearam uma reação e desavenças nos escalões mais altos do governo.
"É um grande lapso no compartilhamento de informações de inteligência", disse Wijewardene em outra coletiva de imprensa. "Temos que assumir a responsabilidade
Lakshman Kiriella, o líder do Parlamento, disse que autoridades graduadas omitiram inteligência sobre ataques possíveis deliberadamente.
"Algumas autoridades de inteligência de alto escalão ocultaram informações de inteligência propositalmente. As informações estavam lá, mas as autoridades de segurança de alta patente não adotaram as devidas ações", afirmou Kiriella ao Legislativo.
Na terça-feira, o Estado Islâmico disse através de sua agência de notícias Amaq que os ataques foram realizados por sete agressores -- mas Wijewardene disse que na verdade nove suicidas se envolveram nos atentados contra três igrejas e quatro hotéis. Oito foram identificados, e um era mulher, disse.