Opep tem em abril menor produção de petróleo em 4 anos por Irã e Venezuela, diz pesquisa
A produção de petróleo da Opep atingiu uma mínima de quatro anos em abril, mostrou uma pesquisa da Reuters, devido a reduções involuntárias na oferta do Irã e da Venezuela, impactados por sanções, além de cortes promovidos pela Arábia Saudita, líder em exportações.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), com 14 membros, bombeou 30,23 milhões de barris por dia (bpd) neste mês, segundo a pesquisa, queda de 90 mil bpd ante março e o menor nível do grupo desde 2015.
Os resultados sugerem que a Arábia Saudita e seus aliados do Golfo têm mantido cortes de oferta ainda maiores que o acordado no último pacto da Opep, ignorando pressões do presidente norte-americano Donald Trump por uma elevação da produção para conter os preços.
O petróleo Brent está sendo negociado perto de 73 dólares o barril, após ter atingido máxima de seis meses de 75 dólares na semana passada, impulsionado pelos cortes sauditas e pela queda na produção da Venezuela e do Irã, que enfrentam sanções dos EUA que limitam suas exportações.
"As sanções ao Irã vieram coroar uma oferta já frágil e levantaram preocupações sobre o aperto do mercado", disse Norbert Ruecker, do banco suíço Julius Baer.
A Opep, a Rússia e outros não membros, a aliança conhecida como Opep+, concordou em dezembro em cortar a oferta em 1,2 milhão de bpd a partir de janeiro. A fatia da Opep no corte é de 800 mil bpd, a serem entregues por seus 11 membros, com exceções para Irã, Líbia e Venezuela.
Em abril, os 11 membros da Opep envolvidos no acordo atingiram 132 por cento dos cortes prometidos, segundo a pesquisa, ante 145 por cento em março, devido à maior produção na Nigéria e pequenos aumentos na Arábia Saudita e no Iraque.
Mas uma produção menor em dois dos países isentos mais do que compensaram a redução nos cortes por esse grupo, segundo a pesquisa. O Irã teve uma queda de 150 mil bpd no mês, ante 100 mil bpd da Venezuela.
A produção do grupo em abril ficou no menor nível para a Opep desde fevereiro de 2015, excluídas mudanças na composição do cartel que aconteceram deste então, segundo dados da Reuters.