MUNDO
Irã força pouso de avião com parentes de ex-jogador ameaçado
Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 26/12/2022 às 18:55
Alterado em 26/12/2022 às 20:01
As autoridades iranianas teriam ordenado nesta segunda-feira (26) a aterrissagem de um avião para impedir que a família do ex-jogador e treinador de futebol Ali Daei, que tem sofrido ameaças por apoiar os protestos após a morte da jovem Mahsa Amini, deixasse o país.
De acordo com publicação no Twitter do jornalista da BBC Monitoring, Kian Sharifi, a esposa e o filho de Daei foram retirados do voo da Mahan Air, o W563, de Teerã para Dubai, após a polícia determinar que o avião pousasse na ilha de Kish, no Irã.
A notícia também foi confirmada pela agência de notícias estatal Irna. "Daei disse que seus familiares não foram presos. Ele não estava a bordo", escreveu Sharifi.
"Eu não entendo esse comportamento. Minha esposa e filha embarcaram legalmente no avião em Teerã e planejavam visitar Dubai por alguns dias e depois voar de volta para o Irã. Mas o avião foi forçado a retornar com todos os passageiros. Foi isso? uma caçada terrorista?", afirmou o ex-campeão.
De acordo com a Irna, Daei e sua família se engajaram em "apoiar grupos antirrevolucionários e manifestantes, além de convocar greves". Desta forma, o Conselho Supremo de Segurança Nacional proibiu a esposa dele de deixar Teerã por meio de uma ordem executiva.
O ex-jogador tem sido uma das principais vozes no país a favor das manifestações registradas após Mahsa Amini, jovem curda-iraniana de 22 anos, ser detida por supostamente usar o lenço islâmico de forma inadequada. Ela morreu sob responsabilidade das autoridades em 16 de setembro.
Protestos
Hoje, ativistas no Irã denunciaram nas redes sociais a morte de Saha Etebari, uma menina de 12 anos, morta no dia de Natal depois que agentes do regime abriram fogo contra o carro em que ela viajava com os pais na província de Hormozgan. A notícia também foi divulgada por jornalistas independentes no Irã, incluindo Ali Javanmardi. (com agência Ansa)