Irã força pouso de avião com parentes de ex-jogador ameaçado

Ali Daei apoiou protestos após morte da jovem Mahsa Amini

Por JB INTERNACIONAL

Ali Daei tem sofrido ameaças por apoiar protestos em prol dos direitos das mulheres

As autoridades iranianas teriam ordenado nesta segunda-feira (26) a aterrissagem de um avião para impedir que a família do ex-jogador e treinador de futebol Ali Daei, que tem sofrido ameaças por apoiar os protestos após a morte da jovem Mahsa Amini, deixasse o país.

De acordo com publicação no Twitter do jornalista da BBC Monitoring, Kian Sharifi, a esposa e o filho de Daei foram retirados do voo da Mahan Air, o W563, de Teerã para Dubai, após a polícia determinar que o avião pousasse na ilha de Kish, no Irã.

A notícia também foi confirmada pela agência de notícias estatal Irna. "Daei disse que seus familiares não foram presos. Ele não estava a bordo", escreveu Sharifi.

"Eu não entendo esse comportamento. Minha esposa e filha embarcaram legalmente no avião em Teerã e planejavam visitar Dubai por alguns dias e depois voar de volta para o Irã. Mas o avião foi forçado a retornar com todos os passageiros. Foi isso? uma caçada terrorista?", afirmou o ex-campeão.

De acordo com a Irna, Daei e sua família se engajaram em "apoiar grupos antirrevolucionários e manifestantes, além de convocar greves". Desta forma, o Conselho Supremo de Segurança Nacional proibiu a esposa dele de deixar Teerã por meio de uma ordem executiva.

O ex-jogador tem sido uma das principais vozes no país a favor das manifestações registradas após Mahsa Amini, jovem curda-iraniana de 22 anos, ser detida por supostamente usar o lenço islâmico de forma inadequada. Ela morreu sob responsabilidade das autoridades em 16 de setembro.

 

Protestos

Hoje, ativistas no Irã denunciaram nas redes sociais a morte de Saha Etebari, uma menina de 12 anos, morta no dia de Natal depois que agentes do regime abriram fogo contra o carro em que ela viajava com os pais na província de Hormozgan. A notícia também foi divulgada por jornalistas independentes no Irã, incluindo Ali Javanmardi. (com agência Ansa)