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Venezuela indica disposição para pagar dívida milionária que tem com BNDES

Segundo o ex-chanceler Celso Amorim, atual assessor do presidente Lula, não foram tratados detalhes técnicos do pagamento da dívida, uma vez que a visita a Caracas foi rápida, entretanto, Maduro não expressou 'nenhum esboço de negação da dívida' e demonstrou 'total disposição de acertar'

Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 12/03/2023 às 06:00

Alterado em 12/03/2023 às 10:02

Presidente venezuelano Nicolás Maduro Foto: Sputnik / Yevgeny Biyatov

Um dos assuntos de destaque nessa emana que passou foi a viagem discreta do assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, a Caracas. Na capital venezuelana, o ex-chanceler encontrou com o presidente Nicolás Maduro.

Na breve conversa, um dos tópicos foi o pagamento da dívida de quase US$ 682 milhões (R$ 3,5 bilhões) que o país vizinho tem com BNDES. Mas, ao que tudo indica, pode ser que a Venezuela comece a se movimentar para pagar a dívida.

Segundo Amorim, há disposição por parte do governo venezuelano em ressarcir os cofres brasileiros, embora os detalhes do pagamento não tenham feito parte da conversa, segundo o "Estadão".

"Não sei se é dívida só com o BNDES. Há uma questão de seguro de crédito. Mas, não fui com uma missão técnica, fui apenas com dois assessores diretos. Não houve nenhum esboço de negação da dívida e há total disposição de acertar. Não me cabia conversar se vai acertar em uma vez, duas vezes, mas há disposição em reprogramar e ressarcir", disse o ex-chanceler.

Amorim também afirmou ao jornal "O Globo" que a resposta de Maduro sobre o assunto foi "um pouco mais do que 'devo, não nego, pagarei quando puder'. Foi um: devo e quero pagar".

"Maduro se comprometeu a equacionar a questão da dívida. Claro que não vão pagar tudo de uma vez. Foi um pouco mais do que 'devo, não nego, pagarei quando puder'. Foi um devo e quero pagar. Não houve conversa sobre isso com o governo Bolsonaro que, aliás, queria que eles não pagassem para usar isso. Acho que será pago normalmente", declarou o assessor.

Em nota enviada ao "Estadão", o BNDES informou que procurará Amorim para "entender como se deram as conversas" com Maduro.

"A atual diretoria do BNDES não foi, até o momento, formalmente informada sobre a disponibilidade de a Venezuela retomar os pagamentos. Entretanto, buscará atuar em conjunto com o governo federal na direção de restabelecer o fluxo de pagamentos dos financiamentos", disse a nota.

O maior projeto financiado pelo BNDES na Venezuela foi a construção da Usina Siderúrgica Nacional, tocada pela empreiteira Andrade Gutierrez. A obra teve um empréstimo de US$ 865 milhões (R$ 4,5 bilhões) contratado em 2010. Outro projeto de destaque foi a construção da Linha 2 do Metrô de Los Teques, a cargo da Odebrecht, que recebeu empréstimo de US$ 862 milhões (R$ 4,4 bilhões).

No total, o BNDES já desembolsou US$ 10,5 bilhões (R$ 54,7 bilhões) em financiamentos a obras no exterior, em 15 países, desde fins dos anos 1990. Todas as obras feitas por empresas brasileiras. Até dezembro do ano passado, o banco recebeu de volta US$ 12,867 bilhões (R$ 66,78 bilhões). (com Sputnik Brasil)

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