Bush propõe mais de US$ 700 bilhões para Iraque e militares
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WASHINGTON - O presidente norte-americano George W. Bush propôs nesta segunda-feira mais de US$ 700 bilhões para novos gastos das Forças Armadas dos Estados Unidos - a maior parte para a guerra no Iraque -, numa medida que pode prejudicar programas domésticos nas áreas da saúde e de educação.
Bush advertiu que ainda assim, mais recursos podem ser necessários para o Iraque. A declaração foi feita durante a divulgação do Orçamento norte-americano para o ano fiscal de 2008, no valor de US$ 2,9 trilhões, que deve causar indignação entre os democratas.
Os custos da guerra no Iraque, que já dura quase quatro anos, estão se aproximando da marca de US$ 1 trilhão. Se o Congresso aprovar a requisição de Bush, os EUA terão gastado US$ 661,9 bilhões em combates no Iraque, no Afeganistão e em atividades relacionadas, disse o governo.
No front doméstico, Bush pediu que os cortes de impostos que promoveu em 2001 e em 2003 sejam tornados permanentes, e garantiu que é possível mantê-los e ao mesmo tempo eliminar o déficit público até 2012.
O Orçamento proposto por Bush vai manter em 1% o crescimento dos gastos discricionários. Levando em conta uma inflação de 2,5%, esse aumento representaria um corte em programas que vão desde a política trabalhista até a educação, passado pela preservação do meio ambiente.
- Minha fórmula para um Orçamento equilibrado reflete as prioridades de nosso país neste momento histórico, proteger a pátria e combater o terrorismo, manter a economia forte com poucos impostos e manter os gastos sob controle = disse Bush em comunicado.
Mas os democratas, que nesta segunda-feira controlam tanto a Câmara quanto o Senado, certamente vão questionar as projeções otimistas de Bush.
- O Orçamento do presidente está cheio de dívidas e enganações, longe da realidade, e continua a levar os EUA para a direção errada - disse o presidente da Comissão de Orçamento do Senado, Kent Conrad, democrata pela Dakota do Norte.
- Esse governo tem o pior desempenho fiscal da história, e esse Orçamento nada faz para mudar isso - acrescentou Conrad.
A proposta de Orçamento de Bush dará início a semanas de audiências no Capitólio, onde os parlamentares tentarão produzir sua própria versão de proposta orçamentária até o fim do primeiro trimestre.
Os cortes propostos no Orçamento de Bush estão centrados nos programas de saúde, que são politicamente sensíveis.
Se aprovada, a proposta orçamentária de Bush autorizará o gasto de US$ 716,5 bilhões em defesa até 30 de setembro de 2008, sendo US$ 235,1 bilhões para as guerras no Iraque e no Afeganistão. Os gastos com operações diplomáticas elevarão os recursos para US$ 245 bilhões.
Para o orçamento normal do Pentágono, Bush está pedindo US$ 481 bilhões, um aumento de mais de 10%. Parte disso será usado para garantir um aumento permanente das Forças Armadas, proposto pelo presidente no fim de 2006.