Filipinos deixam casas após aumento da tensão entre Exército e FMLN

Por

Agência EFE

Zamboanga (Filipinas) - Os moradores de vários povoados da ilha de Sulu (Mindanao, sul) começaram hoje a abandonar suas casas por causa do aumento da tensão entre o Exército e a Frente Moura de Libertação Nacional (FMLN), que no fim de semana reteve uma equipe de negociadores do Governo.

Segundo fontes policiais, a evacuação aconteceu depois de um número não determinado de membros do FMLN armados ocuparem a estrada nacional que liga Luuk a Jolo, capital da ilha, para defender seu acampamento de Jabal Uhod diante do aumento da presença militar na região.

O chefe da Polícia Nacional das Filipinas, o superintendente Oscar Calderón, colocou seus 180 mil agentes em estado de alerta e ordenou aos comandantes que vigiem instalações e pontos estratégicos da região, além de seguir de perto todos os movimentos do FMLN em Mindanao.

A equipe de negociadores do Governo das Filipinas retida na ilha de Jolo pôde retornar neste sábado a sua base.

A libertação ocorreu após a confirmação de que o FMLN participará de uma reunião tripartida em março, possivelmente em Jeddah (Arábia Saudita), junto com representantes do Governo e da Organização da Conferência Islâmica (OCI).

Segundo disse à emissora local 'DZBB' o general Mohamad Ben Dolorfino, líder do comitê negociador, a reunião de março tratará o descumprimento por parte do Governo de partes do acordo de paz de 1996 entre Manila e o FMLN.

A retenção ocorreu aparentemente por causa de uma informação nos jornais locais que assinalava que não seria permitida a participação do líder detido do FMLN, Nur Misuari, em conversas entre o Governo e a OCI.

Misuari, à frente do FMLN, assinou a paz com o Governo em 1996, embora tenha liderado uma revolta quando estava a ponto de finalizar sua estadia como governador da Região Autônoma da Mindanao Muçulmana, em 2001.