Cinco pessoas são acusadas de mal uso de fundos destinados ao Iraque

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Agência EFE

WASHINGTON - Um júri de instrução apresentou nesta quarta-feira acusações contra três militares e dois civis por mal uso de mais de US$ 8,6 milhões em fundos para a reconstrução do Iraque, e que foram parar nas mãos de um contratista em troca de bens de consumo.

Em comunicado distribuído pelo procurador-geral adjunto dos EUA, Paul McNulty, se indica que as 25 acusações incluem conspiração, suborno e lavagem de dinheiro, entre outros.

Segundo elas, apresentadas em um tribunal do distrito de Nova Jersey, os acusados conspiraram para conceder licitações no Iraque a um contratista, Seymour Morris, em troca de jóias, veículos e propriedades imobiliárias.

Entre os acusados se encontra o coronel da reserva Curtis Whiteford, o segundo de maior categoria no departamento encarregado de atribuir os fundos de construção em um escritório em Hilla (Iraque) da Autoridade Provisória da Coalizão (APC), órgão pelo qual os EUA administrava o Iraque após a invasão de março de 2003.

Os outros dois militares acusados são os tenentes-coronéis Debra Harrison e Michael Wheeler, ambos subordinados a Whiteford.

Os dois civis contra quem também foram apresentadas as acusações são o contratista Morris e Robert Stein, que também faziam parte do escritório de Hilla.

A apresentação de acusações neste caso é a última de uma série de denúncias crescentes sobre corrupção e malversação de fundos americanos no Iraque.

Um comitê do Congresso dos EUA realizou na terça-feira uma audiência sobre os escândalos, à qual compareceu o ex-responsável pela APC, Paul Bremer.

Em seu comunicado, Paul McNulty afirmou que 'os funcionários do Governo dos EUA no Iraque não estão à venda'.

- Levaremos à Justiça qualquer um que tente se aproveitar dos esforços de reconstrução no Iraque para ter benefícios pessoais - acrescentou.

Segundo o procurador-geral, os acusados 'usaram os fundos da APC como suas caixas automáticos pessoais (...) Roubaram, supostamente, milhões de dólares da APC e manipularam valiosos projetos de reconstrução, enquanto revertiam isso em dinheiro, automóveis de luxo, jóias e outros bens de valor'.