Ministros europeus estendem a mão a futuro Governo palestino

Por

Agência EFE

BRUXELAS - Os ministros de Exteriores da UE estenderam nesta segunda-feira a mão ao futuro Governo palestino de união nacional, ao assinalarem sua vontade de retomar a cooperação, caso as novas autoridades renunciem à violência e reconheçam Israel.

- A União Européia (UE) está pronta para trabalhar com um Governo palestino legítimo que adote um programa que reflita os princípios do Quarteto (formado por Estados Unidos, UE, ONU e Rússia) - afirmou o Conselho de Ministros em suas conclusões.

O ministro de Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, ressaltou em entrevista coletiva a esperança européia de que o acordo assinado na quinta-feira, na cidade saudita de Meca, 'ponha fim' aos confrontos das últimas semanas entre milicianos do grupo islâmico Hamas e do movimento nacionalista Fatah.

No entanto, Steinmeier disse que é necessário conhecer 'a formação do Governo' antes de poder avançar no reatamento da cooperação econômica européia, suspensa em 2006 após a chegada ao poder do Governo do Hamas, que não rejeita a violência nem reconhece Israel, além de não assumir os compromissos assinados no passado entre o Estado judeu e os palestinos.

O secretário de Estado para Assuntos Europeus da Espanha, Alberto Navarro, resumiu a opinião comunitária ao destacar que o anúncio do acordo para o novo Governo 'é uma conquista importante', e avaliou o trabalho do rei Abdullah da Arábia Saudita, que promoveu o acordo entre o Hamas e o Fatah.

Navarro assinalou que agora começa um período de seis meses "críticos para promover o processo de paz' entre israelenses e palestinos, para o qual a reunião prevista para 19 de fevereiro, entre o presidente palestino, Mahmoud Abbas; o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, é muito importante.

O ministro de Exteriores francês Philippe Douste-Blazy assinalou que o Governo palestino de união nacional 'irá pelo bom caminho' se reconhecer Israel, e adiantou que assumir os acordos de Oslo - que criaram a autonomia palestina - já seria um 'reconhecimento implícito' de Israel.

Sobre o Líbano, os ministros explicaram sua preocupação com os "enfrentamentos violentos' ocorridos nas últimas semanas, por causa das greves convocadas pela oposição ao primeiro-ministro do país, Fouad Siniora.

Por isso, insistiram na necessidade de manter o diálogo e a moderação, com o objetivo de tentar chegar a uma solução sem que haja violência.

No entanto, a UE assinalou que o sucesso da recente conferência de Paris, na qual foram obtidos compromissos no valor de mais de US$ 7,6 bilhões em ajuda para a reconstrução do Líbano.

A União Européia e seus Estados-membros contribuíram com mais de 40% desse total.