Juíza italiana decide hoje se 26 agentes da CIA serão julgados
Agência EFE
ROMA - A juíza italiana Caterina Interlandi deverá decidir hoje se manda a julgamento ex-diretores do serviço secreto italiano e 26 agentes da CIA americana, acusados pela promotoria de seqüestrar o imame Abu Omar, em Milão.
Na segunda-feira, terminou a audiência preliminar. Os advogados pediram o arquivamento do caso, e o promotor recomendou o início de um julgamento.
Entre os acusados estão Nicoll Pollari, ex-chefe do serviço secreto italiano (Sismi), e Marco Mancini, ex-número um da contra-espionagem, além de vários outros funcionários e 26 agentes da CIA.
Mais de 30 pessoas foram acusadas do seqüestro de Abu Omar, em fevereiro de 2003, e sua transferência para uma prisão egípcia, onde sofreu graves torturas, segundo ele mesmo denunciou. Recentemente, o clérigo muçulmano foi posto em liberdade.
O advogado de Pollari argumentou a inocência de seu cliente e garantiu que durante a audiência preliminar ficou demonstrado que o ex-chefe do Sismi não sabia dos fatos.
O Ministério da Justiça ainda vai decidir se abre um pedido de extradição de 26 agentes da CIA, supostos responsáveis pelo seqüestro do imame, que teriam atuado com a conivência do serviço secreto italiano.
Abu Omar, segundo a Promotoria de Milão, seria um dos líderes da organização terrorista Ansar al Islam.
O caso abriu um racha na coalizão de centro-esquerda do gabinete de Romano Prodi. Ontem, um de seus ministros criticou a posição do Governo.
O ministro da Infra-estrutura, Antonio di Pietro, ex-promotor que ganhou à fama com o caso das 'Mãos Limpas', contra a corrupção no país, considerou que o Governo se 'equivoca', como o anterior, de Silvio Berlusconi, por não abrir o pedido de extradição.