Yanukovich pede que Yushchenko suspenda imediatamente ações de força

Por

Agência EFE

KIEV - O primeiro-ministro da Ucrânia, Viktor Yanukovich, pediu nesta sexta-feira ao presidente, Viktor Yushchenko, que suspenda as 'ações de força', referindo-se à ordem dada às tropas do Ministério do Interior para que assuma a vigilância das instituições públicas.

- Hoje, não há necessidade de trazer unidades militares a Kiev. Esta decisão não cabe ao presidente - disse Yanukovich durante uma reunião com diplomatas em Kiev.

Yanukovich, chefe do Executivo desde agosto de 2006, ressaltou que, se for necessário, o Governo 'exercerá essa função, só para colocar ordem' na capital.

O primeiro-ministro ucraniano pediu o fim do 'niilismo jurídico'

e da 'arbitrariedade' na qual o país está imerso por causa das decisões do presidente.

O premier chamou de 'inconstitucional' o decreto presidencial pelo qual Yushchenko assumiu hoje o comando direto das forças do Interior e afirmou que a decisão constitui uma 'ingerência' nas competências do Gabinete de Ministros.

Na mesma reunião, o presidente do Parlamento, Alexandr Moroz, defendeu a mediação internacional para resolver a crise política e descreveu os eventos como 'um golpe de Estado'.

- Consideramos que hoje é necessária uma mediação internacional para impedir um desenvolvimento trágico dos eventos - disse.

A crise institucional ucraniana piorou na quinta-feira após o procurador-geral, Sviatoslav Piskun, ter se negado a aceitar sua destituição, decretada por Yushchenko.

Com a ajuda de uma unidade especial do Ministério do Interior, Piskun se entrincheirou durante a noite na sede da Procuradoria Geral no centro de Kiev.

O confronto entre presidente, de um lado, e o Governo e o Parlamento, de outro, explodiu em 2 de abril, quando Yushchenko dissolveu o Legislativo e convocou eleições antecipadas, decisão que a maioria parlamentar, que apóia Yanukovich, se recusou a acatar e impugnou perante o Tribunal Constitucional.

Após um mês de tensas negociações, Yushchenko e Yanukovich chegaram a um princípio de acordo para antecipar as eleições parlamentares.

No entanto, ainda falta fixar a data do pleito e aprovar várias emendas à legislação.