Gonzales diz que guerra contra terrorismo é maior desafio político'

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Agência EFE

MIAMI - O secretário de Justiça dos Estados Unidos, Alberto Gonzales, afirmou hoje, em um fórum em Miami, que "ganhar a guerra contra o terrorismo constitui o desafio da atual geração de políticos'.

- A batalha contra o terrorismo nunca acaba, e não deve recriar situações de vazio -, disse Gonzales, em referência aos possíveis erros de comunicação detectados entre as diversas agências de inteligência americanas.

No fórum, intitulado 'Iniciativa global para combater o terrorismo nuclear' que será concluído na próxima sexta-feira, o procurador-geral destacou a importância da 'coordenação e cooperação' entre as entidades oficiais para enfrentar o terrorismo.

No evento, o diretor do FBI (polícia federal americana), Robert Müller, alertou que o perigo do terrorismo nuclear é global e real, e que 'a maior ameaça é não fazer nada'.

- Não podemos nos dar ao luxo de deixar um ataque nuclear acontecer -, afirmou.

Gonzales pediu aos participantes da palestra que imaginassem os efeitos devastadores que teriam sido gerados, no caso de uma 'nuvem nuclear' semelhante à 'nuvem de fumaça' que cobriu parte da ilha de Manhatan, após o atentado perpetrado contra o World Trade Center, em 11 de setembro de 2001.

Por essa razão, fez um apelo para que todos aprendam a lição da tragédia de Nova York, e tenham consciência de que a 'ameaça terrorista é muito real'.

Gonzales afirmou que, para os terroristas simpatizantes de Osama bin Laden, a aquisição de 'material nuclear é imperativa'. Para ele, o líder da rede terrorista Al Qaeda vem tentando, nos últimos dez anos, conseguir armas de destruição em massa.

Gonzales também fez um alerta sobre o efeito destruidor do urânio enriquecido e do plutônio nas mãos dos terroristas.

Para o secretário, 'é prioritário desarticular o mercado negro de material nuclear, e combater a proliferação de armas de destruição em massa'.

Ao se referir aos 30 países que enviaram representantes à palestra sobre terrorismo nuclear, Gonzalez estabeleceu como prioridade 'tornar nossa rede mais forte do que a dos terroristas'.

- A comunicação e a coordenação são os paradigmas desta luta global contra o terrorismo -, afirmou.

Nesse sentido, o secretário de Justiça dos EUA se mostrou satisfeito com o sucesso da 'colaboração e do compartilhamento de informações' na detenção dos supostos terroristas que planejavam perpetrar atentados contra a rede de oleodutos que abastecem os aviões do Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York.

Destacou ainda a importância de 'capturar' e 'extraditar' aqueles que 'buscam os que traficam materiais nucleares'.

'Prevenção' foi a palavra de ordem de Gonzales no desafio da guerra contra o terrorismo nuclear.

Por isso, o secretário de Justiça ressaltou a necessidade de deter os vendedores de material radioativo, em lugar daqueles contra quem não pesam suficientes provas.

Para chegar aos verdadeiros criminosos, Gonzales defendeu o uso das leis migratórias, para investigar se, nesse terreno, os suspeitos cometeram algum delito.

Ele confessou estar muito preocupado pelo 'mundo que as futuras gerações vão herdar', e reafirmou o risco fatal que seria provocado no caso de terroristas e Estados afins 'adquirirem materiais nucleares'.

- Não vamos nos render, e não vamos falhar -, disse Gonzales.

O secretário de Justiça também deixou claro que 'a paixão dos civis na defesa da democracia' é maior do que a manifestada pelos terroristas.

- Nunca se dê por vencido, nunca perante o que pareça ser o poder contundente do inimigo -, concluiu Gonzales, citando uma frase do ex-primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill.