Jerusalém em alerta máximo devido à Parada do Orgulho Gay

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Agência EFE

JERUSALÉM - Mais de sete mil policiais estão postados nesta quinta-feira nas ruas de Jerusalém devido à realização da Parada do Orgulho Gay, que indigna a comunidade ultra-ortodoxa judaica, bem como líderes cristãos e muçulmanos, que consideram o evento incompatível com o caráter sagrado da cidade.

A parada começará no Parque do Sino às 17h (12h de Brasília). Como medida preventiva, a Polícia já fechou todos os acessos à área a fim de impedir a entrada de radicais que pretendam sabotar o evento.

O porta-voz da Polícia, Mickey Rosenfeld, disse hoje à agência Efe que 'os organismos de segurança encontram-se em estado de alerta máximo'.

- Mais de sete mil policiais e quatro mil homens de apoio estão preparados para impedir qualquer ato violento, assegurou.

Dois helicópteros reforçarão a ação do pessoal em terra, assim como quatro caminhões equipados com jatos d'água e dispositivos de lançamento de gás lacrimogêneo, em um esquema que custará aos cofres públicos cerca de US$ 475.000.

Os serviços médicos também se encontram em estado de alerta. Quarenta e cinco ambulâncias permanecerão estacionadas perto do local da parada.

Nos últimos dias, grupos de judeus ultra-ortodoxos se manifestaram nas ruas de Jerusalém, lançando pedras contra os agentes e queimando latas de lixo.

Quinze pessoas ficaram feridas e 24 foram detidas durante os distúrbios.

A Polícia autorizou a realização da parada depois de a Corte Suprema apoiar o direito dos homossexuais de se manifestar em Jerusalém.

A Corte referendou o pedido da Casa Aberta de Jerusalém, uma organização que defende os direitos dos gays e lésbicas que havia solicitado aos juízes autorização para realizar a parada anual pelas ruas da cidade, e não em um 'espaço fechado'.

No ano passado, a comunidade gay teve que se contentar com um evento no estádio da Universidade Hebraica de Jerusalém, para evitar fatos como o de 2005, quando um ultra-ortodoxo atacou a facadas vários dos participantes.

A parada também é criticada por líderes cristãos e muçulmanos, que alegam que se trata de um 'atentado contra a paz e o caráter sagrado da cidade'.

Para os organizadores, contudo, o evento visa a fazer uma chamada em favor da liberdade de expressão e da democracia em Israel, e a protestar contra a discriminação.

Pesquisas realizadas nos últimos dias por emissoras de rádio e jornais locais indicam que dois terços da população de cidade são contra a realização da parada.