Japão manda enviado a Mianmar para investigar morte de fotógrafo

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REUTERS

TÓQUIO - O Japão vai mandar um representante do país a Mianmar neste fim de semana para investigar a morte de um fotógrafo japonês durante manifestações em Yangun contra o regime militar birmanês, disse o primeiro-ministro Yasuo Fukuda na sexta-feira.

O fotógrafo Kenji Nagai, 50 anos, foi morto a tiros numa rua da cidade na quinta-feira. Fotos contrabandeadas para fora do país mostram-no registrando o tumulto, mesmo estando já caído e agonizante.

- É muito triste que Nagai tenha morrido - disse Fukuda a repórteres.

- A situação precisa ser resolvida rapidamente.

Segundo ele, um representante da Chancelaria japonesa irá a Mianmar no sábado e 'pressionará o governo para esclarecer os fatos'.

O Japão ainda não se decidiu sobre possíveis sanções e vai esperar as conclusões do enviado para determinar suas ações, disse o premiê.

Fukuda também conversou por telefone com o premiê chinês, Wen Jiabao, pedindo a Pequim que use sua influencia sobre a junta militar birmanesa.

- Pedi que a China, devido a seus estreitos laços com Mianmar, exerça sua influência, e o premiê Wen disse que fará tais esforços - afirmou o líder japonês.

Ainda não se sabe se o fotógrafo foi baleado deliberadamente ou à queima-roupa, como chegou a noticiar parte da imprensa japonesa. Tampouco se sabe se Nagai estava oficialmente a trabalho. Mianmar raramente emite vistos de trabalho para jornalistas, e suas embaixadas no mundo todo costumam manter listas de jornalistas que não recebem nem vistos de turismo.

Nagai é a primeira vítima estrangeira dos confrontos, que começaram como passeatas esporádicas contra o preço dos combustíveis, mas cresceram no mês passado, transformando-se em grandes protestos contra o regime militar em vigor há 45 anos na antiga Birmânia.