Ministra francesa nega barganha com Chade para soltar presos
Agência EFE
PARIS - A ministra da Justiça francesa, Rachida Dati, afirmou nesta segunda-feira que a libertação dos três jornalistas franceses e das quatro aeromoças espanholas no Chade se baseou somente no "dossiê judicial', rejeitando insinuações de que teria havido contrapartidas por parte da França.
- Se eles foram libertados é com base no dossiê judicial. Não estamos em outro assunto que não o judicial - disse Dati à emissora "RTL'.
Em uma viagem-relâmpago a N'djamena no domingo, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, conseguiu soltar sete dos 17 europeus presos no Chade e acusados de seqüestrar 103 crianças chadianas com a ONG francesa L'Arche de Zoé.
Seis membros da ONG continuam presos, acusados de seqüestro de menores e fraude, assim como três tripulantes espanhóis do avião fretado para levar as crianças até a França. Eles e um piloto belga que tinha transportado as crianças da fronteira com o Sudão até Abéché, são acusados de cumplicidade.
Sobre os seis membros da ONG, inclusive o diretor Eric Breteau, a ministra da Justiça disse que sua sorte depende da legislação chadiana.
- O Chade é um país soberano. Portanto, a lei chadiana se aplica aos fatos que foram cometidos em seu território - afirmou.
O avião oficial de Sarkozy deixou as quatro aeromoças na Espanha na noite de ontem antes de seguir viagem para Paris com os três jornalistas.
Na França, tanto a esquerda quanto a extrema-direita acusaram o Governo de barganhar com o Chade em troca da libertação dos sete.
Sarkozy 'teve que conceder algumas contrapartidas' a seu colega chadiano, Idriss Déby, que é 'um ditador', disse hoje o deputado Noël Mamere, do Partido Verde.
A vice-presidente do partido de extrema-direita Frente Nacional, Marine Le Pen, questionou 'quanto custou' a libertação dos jornalistas e considerou que 'se deu ou se darão um certo número de contrapartidas ou promessas'.