Famílias de reféns das Farc autorizam Chávez a negociar
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BOGOTÁ - Familiares de alguns dos reféns que estão há anos nas mãos da maior guerrilha da Colômbia autorizaram o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a continuar intercedendo pela libertação dos sequestrados.
A autorização foi dada em uma carta que as famílias entregaram a Chávez durante um encontro em Caracas. Entre os parentes estava a mãe da ex-candidata à Presidência Ingrid Betancourt.
A decisão das famílias entra em choque com o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, que há duas semanas suspendeu a mediação de Chávez e da senadora Piedad Córdoba junto às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Eles pediam a libertação de 49 reféns.
- Pedimos que continuem com o trabalho iniciado - afirmaram os parentes na carta.
A decisão de Uribe provocou uma reação enérgica do venezuelano, que acusou o colombiano de mentir e de ser um títere dos Estados Unidos, e que suspendeu as relações diplomáticas entre os dois países.
Depois da negociação, as Farc reuniram provas de vida de 16 reféns, entre eles Betancourt e três norte-americanos, para ser entregues a Chávez. Mas o material foi interceptado pelo Exército colombiano.
As provas de sobrevivência foram divulgadas pelo governo da Colômbia e deixaram claras as difíceis condições em que estão os reféns, em cativeiro no meio da selva.
No fim de semana, o governo colombiano descartou a possibilidade de retomar a mediação de Chávez e Córdoba, e agora tenta envolver a França Betancourt também tem nacionalidade francesa.
As Farc querem fechar um acordo e trocar os reféns por cerca de 500 guerrilheiros presos, mas a intransigência dos dois lados impediu o avanço das negociações. Há reféns que estão em cativeiro há quase dez anos.