Fidel Castro elogia Obama e chama McCain de 'velho'
Agência AFP
HAVANA - O líder cubano Fidel Castro elogiou o candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, e qualificou o republicano John McCain de "velho" e "belicoso", segundo uma matéria publicada nesta terça-feira, no dia das eleições nos Estados Unidos.
- Barack Obama é sem dúvida mais inteligente e culto que seu adversário republicano, disse Fidel, destacando que como sua opinião foi publicada nesta terça-feira, - ninguém vai poder utilizá-la na campanha - eleitoral americana.
Ao contrário, - McCain é velho, belicoso, inculto e pouco inteligente, além de não ter saúde, disparou o líder cubano de 82 anos, que entregou em julho de 2006 os plenos poderes a seu irmão Raúl por causa de uma grave doença.
Em uma carta enviada quinta-feira passada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fidel Castro comentou que - a ameaça de uma guerra ficaria maior em caso de vitória de McCain.
- Na época em que era piloto de guerra, John McCain largou toneladas de bombas sobre a cidade de Hanoi, a mais de 15.000 km de Washington, sem qualquer remorso ou peso na consciência, disse Fidel na carta enviada a Lula.
- Tenho observado a luta entre os dois. O candidato negro, que surpreendeu ao conquistar a indicação derrotando fortes adversários, tem idéias bem articuladas, elogiou o ex-presidente cubano.
Obama - vai acabar com a guerra no Iraque, e os soldados americanos voltarão para os Estados Unidos, considerou.
Fidel Castro ainda lembrou a origem negra de Obama, em um país onde a população negra - é vítima de uma forte discriminação racial.
- Obama correu, e ainda corre perigo, alertou o líder cubano, para quem o senador democrata está vivo "por milagre".
Fidel comentou ironicamente que sua opinião - não é uma ingerência nos assuntos internos dos Estados Unidos, como diria o departamento de Estado, tão respeitoso da soberania dos outros países.
McCain prometeu manter a pressão sobre Cuba, enquanto que Obama se declarou disposto a dialogar e a levantar as restrições às viagens e aos envios de remessas impostas por Bush para endurecer o embargo vigente desde 1962.