Tropas dos EUA querem que Obama as traga de volta
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BAGDÁ - Ao observar o resultado das eleições que colocaram Barack Obama como seu futuro Comandante-em-chefe, os soldados norte-americanos no Iraque disseram que esperam pelo cumprimento da promessa do democrata de levá-los de volta para casa rapidamente e com responsabilidade.
O café-da-manhã já estava sendo servido em Bagdá, nesta quarta-feira de manhã, quando as urnas estavam sendo fechadas nos EUA, ainda na noite de terça-feira. E na base de operações avançada Prosperity todos os olhos na 2a Brigada de Combatentes estavam voltados para a enorme televisão na sala de jantar.
Alguém vibrou quando a rede NBC declarou a eleição definida, mas a maioria dos militares ficou calada, olhando seu novo presidente enquanto comia seus ovos.
- Qual soldado diria que não quer ir para casa? Eu tenho mulher e quatro filhos. Eu quero ir para casa. Mas uma coisa todos nós queremos ter certeza, que os amigos que nós perdemos aqui não foram à toa - disse o capitão Ryan Morrison, de Colorado Springs.
- Temos que sair com responsabilidade. Tenho a sensação que ele quer fazer isso com responsabilidade - acrescentou o capitão.
Em sua campanha rumo à Casa Branca, Obama prometeu retirar os combatentes norte-americanos do Iraque dentro de 16 meses a partir do momento em que assumisse o governo. A princípio, a proposta pareceu ousada quando feita no ano passado, mas agora coincide com a data defendida pelo governo iraquiano.
- Estou animado. Ele será o presidente e ele vai nos tirar daqui - disse o sargento de primeira-classe Norman Brown. - Se McCain tivesse vencido, nós ficaríamos aqui por anos, e isso quer dizer muitos anos. Eu reconheço que até as pessoas daqui não nos querem aqui.
Com os índices de violência no Iraque em queda os últimos meses tiveram os mais baixos números de mortes tanto de civis iraquianos como de soldados dos EUA desde o início da guerra o povo iraquiano espera que os mais de 150 mil militares norte-americanos deixem logo o país.
- Como iraquiano, estou pedindo a Obama para cumprir sua promessa sobre a retirada das forças de segurança da nossa terra - disse Baqi Naqid, um jornalista de Bagdá. - Nós não precisamos de uma ocupação.
Neste momento, o governo iraquiano negocia um acordo de segurança com o governo George W. Bush que pode determinar o fim de 2011 como data final para a saída dos militares norte-americano. Mas alguns iraquianos temem que a violência volte a crescer caso as tropas deixam o país rápido demais.