Iraque pede a Obama que inicie novo diálogo entre EUA e Irã
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BAGDÁ - O governo do Iraque pediu que a futura administração dos Estados Unidos, presidida por Barack Obama, comece um diálogo sustentado com o Irã em vista de melhorar a estabilidade do Oriente Médio, disse um porta-voz do governo iraquiano nesta quinta-feira.
O porta-voz Ali al-Dabbagh também defendeu o diálogo para melhorar a relação entre o Irã e os países árabes.
- Chegou a hora de uma política nova, séria e calma, com a cabeça aberta - disse Dabbagh, em comunicado, após discursar em Washington.
O governo iraquiano, liderado pelos xiitas e que é simpático ao Irã, tem sido apoiado desde 2003 pelos Estados Unidos, após a invasão que derrubou Saddam Hussein. Essa não é a primeira vez que eles defendem o diálogo entre os rivais Irã e Estados Unidos.
Agora, o Iraque parece depositar suas esperanças em Obama para conseguir um diálogo melhor entre os dois inimigos de longa data. Em uma mudança de postura em relação ao presidente George W. Bush, Obama disse que apóia o envolvimento direto com o Irã, apesar de ainda ameaçar endurecer as sanções contra a República Islâmica devido ao programa nuclear iraniano.
Membros dos governos do Irã e dos Estados Unidos já se reuniram várias vezes em Bagdá, mas somente para falar da segurança no Iraque, e não das ambições nucleares do país vizinho. Esse é um dos poucos exemplos de comunicação direta entre os dois países.
A rivalidade entre Estados Unidos e Irã, que Washington acusa de incentivar a violência no Iraque, às vezes provoca tensões entre Teerã e Bagdá.
Autoridades iranianas já acusaram Washington de jogar o Iraque em um caos sangrento, e se opuseram ao pacto de segurança entre Estados Unidos e Iraque que permite a estadia das tropas no país até o final de 2011.
Iraque e Irã, que guerrearam por oito anos na década de 1980, são habitados por uma maioria xiita. Muitos membros da coalizão do primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, buscaram refúgio no Irã durante o governo de Saddam, quando a minoria sunita dominava o Iraque.
Sem especificar se falava ao Irã ou aos Estados Unidos, Dabbagh pediu respeito às leis internacionais, alternativas às soluções militares e respostas regionais para problemas regionais.
- As soluções (não podem ser) forçadas de fora - disse.