Rússia força OSCE a antecipar retirada de missão da Geórgia

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REUTERS

VIENA - A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) afirmou nesta segunda-feira que vai começar a desmantelar sua missão na Geórgia no dia 1o de janeiro, depois que a Rússia bloqueou uma proposta para estender seu período na área, em razão de um impasse sobre o status da região separatista da Ossétia do Sul.

O governo russo quer que a missão da OSCE na Geórgia seja dividida para que reflita o reconhecimento da independência da Ossétia do Sul pela Rússia como um Estado independente, efetuado depois que a Rússia esmagou a tentativa do governo georgiano de retomar o controle do território separatista. A OSCE se encarrega da defesa da democracia e dos direitos humanos.

Os Estados Unidos e seus aliados na OSCE, organização que reúne 56 países, não reconheceram a independência da Ossétia do Sul, região pró-Rússia, que detinha autonomia quando a Geórgia era parte da extinta União Soviética. Eles buscavam uma "prorrogação técnica" de curto prazo do mandato da OSCE na Geórgia após 31 de dezembro para garantir mais tempo às negociações sobre uma solução, mas a Rússia rejeitou a idéia. A OSCE só toma decisões por consenso.

Uma reunião da OSCE em sua sede em Viena, nesta segunda-feira, não conseguiu superar o impasse sobre a intenção de Moscou de remover das operações da OSCE na Geórgia qualquer mandato sobre a Ossétia do Sul.

- Não foi possível conseguir hoje um consenso sobre a prorrogação técnica por três meses. Isso significa que temos de começar a retirar a missão, encerrando as atividades em 1o. de janeiro - disse a repórteres o embaixador da Finlândia, Antti Turunen, que atualmente ocupa a presidência da OSCE.

- Temos um lado defendendo a integridade territorial da Geórgia e o outro, a "independência" da Ossétia do Sul. Os lados estão tão distantes um do outro que não havia sentido em continuar tentando uma posição comum antes de 31 de dezembro - disse ele.

Em Helsinque, o chanceler finlandês, Alexander Stubb, disse ser lamentável o impasse, mas manteve a possibilidade de as negociações serem retomadas depois do Ano Novo, já que levará de dois a três meses para o desmantelamento da missão formada por 200 pessoas.

Cerca de 25 monitores militares podem permanecer até 19 de fevereiro, como parte das provisões do cessar-fogo acertado pela União Européia em agosto.