Oposição critica intervenção de Chávez em processadoras de arroz

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Agência ANSA

CARACAS - O prefeito de Maracaibo, Manuel Rosales, um dos mais importantes líderes da oposição venezuelana, criticou nesta segunda-feira a decisão do governo de intervir nas fábricas processadoras de arroz do país.

- Nenhuma sociedade tem êxito se não há convivência entre a empresa privada e o setor público - disse o político, que foi derrotado por Hugo Chávez nas eleições presidenciais de 2006.

Segundo ele, ao ordenar a intervenção nas processadoras de arroz, o governo "quer culpar os empresários" pelos problemas de produção e abastecimento.

No fim de semana, Chávez decretou a ocupação militar de todas as processadoras de arroz do país sob a alegação de que estariam praticando preços abusivos e reduzindo de maneira proposital a produção de arroz branco, amplamente consumido na Venezuela, para priorizar tipos mais sofisticados do alimento.

As companhias, contudo, defendem-se das acusações argumentando que a ausência de arroz nos mercados se deve à escassez de matéria-prima, e que o controle de preços imposto pelo governo causa prejuízo. Chávez ameaçou expropriar as fábricas que não aceitarem a intervenção estatal.

Rosales enfatizou que a situação econômica da Venezuela está se deteriorando, e afirmou que os problemas do país "explodiram todos juntos" diante do presidente.

- Estes problemas englobam todas as áreas, principalmente a economia, afetada por uma grande incerteza - considerou o opositor, que ressaltou ainda o aumento da criminalidade como um fator que compromete o aspecto social.

O prefeito também indicou que o país deverá viver "momentos bem complicados" no curto prazo e incitou Chávez a "despir-se do traje de general militar que carrega e vestir o de presidente, para que passe a governar".