Governo afegão quer novas regras para a atuação da Otan
Jornal do Brasil
DA REDAÇÃO - Em meio a campanha eleitoral, o presidente afegão, Hamid Karzai, disse nesta segunda-feira que quer novas regras para a atuação das tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no país. Em discurso, o líder afegão afirmou ainda que pretende negociar com líderes do Talibã, para que renunciem à violência.
Apesar de ter expressado desejo de mudança da estratégia da aliança ocidental, Karzai evita falar em um prazo para a saída das tropas lideradas pelos Estados Unidos. Uma condição tida como pré-requisito do grupo extremista para qualquer tentativa de negociação. Ao defender a permanência das tropas americanas, o presidente alega, portanto, que a presença de forças estrangeiras no país ainda é de interesse do povo afegão.
Karzai, que é favorito nas eleições presidenciais do próximo mês, defende um novo contrato com as tropas que combatem no país, para que o número de mortes, buscas e prisões arbitrárias seja drasticamente reduzido.
Noroeste
Com vistas ao pleito que ocorre no dia 20 de agosto, o governo chegou a um acordo com os talibãs da província de Badghis, no noroeste, para facilitar as eleições presidenciais.
Segundo o porta-voz presidencial Siamak Herawi, o pacto foi assinado no fim de semana com mediação dos aldeões do conflituoso distrito de Bale-Murghab, onde se concentram os rebeldes da região de Badghis.
Sob o pacto, o governo afegão não atacará os talibãs da região, e, em troca, estes se retirarão de três zonas do distrito de Bale-Murghab e deixarão que a Comissão Eleitoral inicie a atividade para as eleições.
Este é o primeiro acordo que o governo fecha com os talibãs visando às eleições, mas as autoridades querem repetir o modelo nas demais regiões do país.
A notícia foi divulgada um dia depois de o candidato à Vice-Presidência afegã Mohammed Qasim Fahim que concorre ao lado de Karzai ter escapado ileso de um ataque insurgente no norte afegão.
Fahim viajava dentro de um comboio pela província de Kunduz, no norte do país, quando um grupo de supostos talibãs lançaram mísseis e dispararam contra os veículos do outro lado do rio.