Chávez e Kadafi pedem reforma no Conselho de Segurança da ONU
Agência ANSA
CARACAS - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, e o líder líbio, Muammar Kadafi, assinaram uma declaração na qual reafirmam sua luta contra o terrorismo e pedem uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.
Em uma cerimônia na cidade de Porlamar, na Ilha de Margarita, Chávez também concedeu a Kadafi a máxima condecoração de seu país.
Além da distinção, chamada de Colar da Ordem do Libertador, o presidente africano recebeu uma réplica da espada de Simon Bolívar, considerado o "libertador da América" por ter contribuído para a independência de muitos países latino-americanos, em especial a Venezuela, sua terra natal.
Em troca, Kadafi deu a Chávez uma sela de cavalo decorada e arreios de prata, definidos por ele como "símbolos da luta contra a invasão italiana". Entre 1912 e 1943, a Líbia foi colônia da Itália.
Chávez disse que Venezuela e Líbia estão "unidas em um único destino, na mesma batalha contra um inimigo comum". - Estamos escrevendo páginas de uma nova história. Estamos para afrontar o imperialismo, a burguesia, o subdesenvolvimento e o colonialismo - acrescentou.
A declaração assinada pelos líderes retoma o compromisso a que os dois se propõem no combate ao terrorismo em todas suas formas, incluindo o estatal. O texto também pede uma reforma que acabe com a "hegemonia do Conselho de Segurança" da Organização das Nações Unidas.
Uma possível mudança no CS já havia sido citada na declaração final da Segunda Cúpula América do Sul-África (ASA), que reuniu mandatários dos dois continentes na discussão de assuntos bilaterais no último fim de semana, também na Ilha de Margarita.
Os países participantes da reunião reclamaram da falta de representatividade do Conselho de Segurança, que é formado por Estados Unidos, China, França, Rússia e Grã-Bretanha como membros permanentes.
De acordo com um site do governo da Venezuela, o documento assinado por Chávez e Kadafi rejeita "as tentativas de ligar a legítima luta das pessoas por liberdade e autodeterminação ao terrorismo".