Uruguai: candidatos já trabalham em segundo turno
Agência ANSA
MONTEVIDÉU - A coalizão Frente Ampla e o Partido Nacional já começaram a traçar suas estratégias para o segundo turno das eleições presidenciais no Uruguai, a ser disputado em 29 de novembro entre o governista José Mujica e o ex-presidente Luis Alberto Lacalle.
Depois que a Corte Eleitoral divulgou os resultados finais da contagem dos votos do pleito de domingo, em que a Frente Ampla obteve 47,5%, contra 28,5% do Partido Nacional, ambas as forças passaram a avaliar seus méritos e deficiências até aqui.
O Partido Colorado, que com Pedro Bordaberry ficou com o terceiro lugar, anunciou seu respaldo a Lacalle. Assim, as duas mais tradicionais agremiações políticas do país enfrentarão juntas a aliança de esquerda que elegeu o presidente Tabaré Vázquez em 2004.
- O eleitorado no Uruguai é muito exigente e vamos para o segundo turno, mas estamos confiantes. O país está dividido em duas metades - declarou Mujica.
Para seu companheiro de chapa, o ex-ministro da Economia Danilo Astori, a disputa será "um plebiscito claríssimo entre duas gestões e modelos, o do país da crise e o do país da estabilidade, da Frente Ampla".
Lacalle, que já esteve no poder entre 1990 e 1995, definiu o segundo turno como "uma nova etapa" e pediu a realização de um debate com Mujica.
- Quando alguém pede o trabalho de presidente da República, quer mostrar as atitudes, e não há melhor maneira do que contrastá-la com as de quem também quer o cargo - argumentou.
Na opinião do analista Jaime Yaffe, a diferença entre os "modelos" de nação propostos pela Frente Ampla e a oposição "é muito menor que há 15 anos". O cientista político Daniel Chasquetti está de acordo. Para ele, as propostas dos dois candidatos "são basicamente as mesmas".
Os ex-presidentes Jorge Batlle e Julio María Sanguinetti, ambos do Partido Colorado, também declararam sua preferência por Lacalle. O Partido Independente não explicitou qualquer posição, e a Assembleia Popular incitou seus seguidores a anularem o voto.