Crise na Argentina entra na segunda semana
Agência Brasil
BUENOS AIRES - A crise política na Argentina, causada pela decisão da presidente Cristina Kirchner de trocar o comando do Banco Central, entra hoje na segunda semana. A juíza María José Sarmiento analisa nesta segunda-feira as apelações do governo contra sua determinação de manter Martín Redrado à frente do BC e condenar o uso de recursos da reserva nacional para pagamento da dívida externa, como quer a presidente.
A juíza recebeu na manhã de hoje os documentos apelatórios do governo argentino, enviados pela Câmara do Contencioso Administrativo Federal. Paralelamente, os advogados de Redrado encaminharam documentos à magistrada. No sábado, o governo interpôs apelações às decisões da Justiça.
Também hoje o vice-presidente da Argentina, Julio Cobos, sem autorização de Kirchner, deve se reunir com os parlamentares para analisar a possibilidade de uma convocação extraordinária do Congresso Nacional o Legislativo argentino está de recesso. O objetivo é realizar sessão extraordinária para analisar o decreto assinado na semana passada pela presidente exonerando Redrado.
Irritada com a atitude de Cobos, Cristina Kirchner desautorizou seu vice a conduzir as negociações. Segundo a presidente, Cobos atuaria contra o governo e ao lado da oposição, uma vez que já anunciou interesse em concorrer às eleições presidenciais no ano que vem. Em meio às controvérsias, a oposição se manifestou em favor da manutenção de Redrado e contra Kirchner. O governo tem minoria no Congresso.