Governo venezuelano poderá importar produtos para impedir especulação
Agência ANSA
CARACAS - A Venezuela analisa a possibilidade de aumentar as importações para frear uma onda de especulação iniciada ontem com a desvalorização da moeda local e a adoção de um sistema de câmbio duplo.
O ministro do Comércio, Eduardo Samán, afirmou hoje que o governo tem "plena capacidade" de importar produtos para enfrentar a especulação e deu alguns exemplos que podem ser adotados.
"Facilmente temos a capacidade de comprar 10% ou 20% do mercado de materiais escolares para colocar preços mais baratos. Também estamos fazendo acordos com os russos, os chineses e os argentinos para trazer carros", destacou o ministro.
De acordo com Samán, essas eventuais importações seriam realizadas com a taxa de 2,60 bolívares por dólar que rege as compras do Estado para setores básicos como os de alimentos, saúde e educação.
Já a relação de 4,30 bolívares por dólar, chamado de "dólar petroleiro", entrou em vigência para os seguintes setores: elétrico, automotivo, metalúrgico, informático, de telecomunicação, de construção, entre outros.
Segundo o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a desvalorização da moeda é uma ação que visa "frear as importações desnecessárias e estimular a produção para exportação". Com a medida, o mandatário também espera aumentar os recursos fiscais do Estado.
Enquanto autoridades favoráveis a Chávez têm buscado soluções para enfrentar a situação, membros opositores convocaram uma manifestação de protesto para o próximo dia 23 de janeiro.
Para o prefeito metropolitano de Caracas e dirigente da Mesa de Unidade da oposição, Antonio Ledezma, o atual governo "aplica políticas de desvalorização para empobrecer os mais humildes".