Identificados os soldados brasileiros mortos no Haiti

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JB Online

BRASÍLIA - O Exército confirmou a morte de quatro militares brasileiros no Haiti, em decorrência do terremoto de 7,3 graus na escala Richter. São eles o primeiro-tenente Bruno Ribeiro Mário, o segundo-sargento Davi Ramos de Lima, o soldado Antônio José Anacleto e o soldado Tiago Anaya Detimermani todos do 5º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lorena (SP).

De acordo com o general de brigada Carlos Alberto Barcellos, chefe do Centro de Comunicação do Exército, os quatro militares brasileiros estavam fora da base no momento do terremoto. Segundo ele, a base da força de paz brasileira não foi atingida pelos tremores.

O comunicado do Exército acrescenta que cinco militares brasileiros ficaram feridos após o terremoto. O tenente-coronel Alexandre José Santos, o capitão Renan Rodrigues de Oliveira e o terceiro-sargento Danilo do Nascimento de Oliveira tiveram escoriações; o cabo Eugênio Pesaresi Neto teve fratura do úmero e do fêmur e o soldado Wellington Soares Magalhães sofreu fratura no nariz e na clavícula.

Mais cedo, em entrevista à Rádio Jovem Pan, o chefe de Comunicação Social do Batalhão brasileiro no Haiti, coronel Alan Sampaio Santos, tinha informado que sete soldados brasileiros morreram e vários ficaram feridos no terremoto. O coronel Sampaio ressaltou que a situação é realmente crítica, já que, em pouco tempo, o terremoto destruiu a sede da missão das Nações Unidas no país, o palácio presidencial e diversas edificações na capital.

O coronel disse que há dezenas de militares desaparecidos. Segundo ele, é necessária uma grande ajuda humanitária do Brasil. Ele lembra que a população pode ajudar o país doando alimentos e roupas. Santos revelou que equipes de engenharia continuam realizando os trabalhos de buscas.

E o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, está reunido com o gabinete de crise para analisar a situação no Haiti. A reunião tem a coordenação do embaixador Marcus Vinícius Pinta Gama e a presença do embaixador do Brasil em Porto Príncipe (capital haitiana), Ygor Kipman. O objetivo é avaliar as consequências do terremoto, a situação das vítimas e a ajuda que o governo brasileiro pode dar ao país vizinho.

Desde ontem, Amorim montou um gabinete de crise formado por diplomatas. A equipe trabalhou durante toda a madrugada. Segundo nota do Itamaraty, o governo brasileiro tomou conhecimento com consternação do terremoto que atingiu 7.3 graus de magnitude na escala Richter, ocorrido ontem por volta das 17h (hora local).

Ontem mesmo, Amorim conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para transmitir as primeiras informações. Os relatos do chanceler são baseados em informações do encarregado de Negócios do Brasil em Porto Príncipe, Cláudio Campos. De acordo com o diplomata, o prédio da Embaixada do Brasil sofreu sérios abalos, mas não houve vítimas entre os funcionários.

Há informações, porém, de que instalações militares das Nações Unidas sofreram danos. Segundo o Itamaraty, Lula manifestou preocupação com a situação dos brasileiros e do povo haitiano. Por orientação do presidente, toda a situação está sendo analisada para verificar como o Brasil pode ajudar o Haiti.

Só entre militares brasileiros servindo no país, em apoio às forças de paz da Organização das Nações Unidas, há 1.266 homens. Os militares atuam em várias áreas, de segurança à engenharia e atendimento de saúde.

Agora há pouco, o governo brasileiro anunciou a doação de US$ 10 milhões para o Haiti. O chanceler Celso Amorim viaja ainda hoje para aquele país.

Com informações da Agência Brasil e Rádio Jovem Pan