Reino Unido repudia protesto argentino contra exploração nas Malvinas
Agência ANSA
LONDRES - O governo britânico rejeitou o protesto feito pela Argentina contra a exploração de petróleo e gás em águas próximas às Ilhas Malvinas. O país europeu disse temer que o impasse intensifique as tensões bilaterais.
Londres teria manifestado sua preocupação de que a disputa pela soberania das ilhas "leve a uma escalada de tensões como a que provocou a Guerra do Atlântico Sul [em 1982, vencida pelos britânicos]", segundo a imprensa local.
O jornal Financial Times informou que o primeiro-ministro Gordon Brown "está determinado" a realizar os trabalhos de exploração dos combustíveis na região. No entanto, ele estaria receoso de que a questão culmine em um confronto militar.
As pretensões britânicas de iniciar as explorações nas Ilhas Malvinas, cuja soberania é reivindicada por Buenos Aires, despertou uma forte reação do governo argentino.
Na terça-feira, o chanceler argentino, Jorge Taiana, enviou uma nota de protesto ao encarregado de negócios da Embaixada britânica em Buenos Aires, Simon Thomas.
Taiana destacou que o governo argentino "rechaça com firmeza a pretensão do Reino Unido de autorizar a realização de operações de exploração de hidrocarbonetos [petróleo e gás] na área da plataforma continental argentina".
O chefe da diplomacia reafirmou o direito argentino à soberania das ilhas e ressaltou que em 2007 seu país deu por encerrados os acordos de cooperação em matéria de petróleo e gás que tinham sido assinado em 1995.
- O que [os britânicos] estão fazendo é ilegítimo, é uma violação de nossa soberania. Faremos tudo o que for possível para defender e preservar nossos direitos - teria dito a nota do governo argentino, segundo noticiou o Financial Times.
Autoridades argentinas informaram também que o governo da presidente Cristina Kirchner notificou as companhias envolvidas na exploração com sede na Argentina de que qualquer atividade desse tipo em águas das Ilhas Malvinas "será considerada ilegal".
Uma das companhias britânicas que pretende explorar petróleo e gás na região é a Desire Petroleum, que já contratou a empresa Ocean Guardian para iniciar nos próximos dias os trabalhos de perfuração na plataforma marítima norte das ilhas.
O Reino Unido acredita que há "poucas chances" de que o impasse culmine em uma ação militar argentina. Mesmo assim, os diplomatas britânicos estariam em alerta para uma possível "ação alternativa" de Buenos Aires para inviabilizar os trabalhos de exploração usando navios civis.