Cuba: Zapata era um 'preso comum maquiado' de prisioneiro político

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Agência AFP

HAVANA - O jornal oficial cubano Granma afirmou neste sábado que o dissidente Orlanzo Zapata, que morreu na última terça-feira em uma prisão após dois meses e meio em greve de fome, era um "preso comum" que foi "maquiado" de prisioneiro político e usado pelos inimigos internos e externos da revolução cubana.

Em um longo artigo, o primeiro publicado na imprensa local sobre o caso, o Granma indica que "apesar de todas as maquiagens, trata-se de um prisioneiro comum que iniciou sua atividade delinquente em 1988", e foi "processado pelos crimes de invasão de domicílio (1993) e lesões menos graves, fraude e lesões e posse de arma branca" em 2000.

O texto, entitulado "Para quem a morte é útil?", lista ainda "alteração da ordem e desordem pública (2002), entre outras causas não ligadas à política" na ficha criminal de Zapata.

O jornal argumenta que Zapata, a cuja morte se referiu como "dolorosa e lamentável", foi condenado a três meses de prisão, sentença que "foi ampliada de forma considerável (até 32 anos)" por "sua conduta agressiva na prisão".

Ainda de acordo com o Granma, Zapata, que com sua greve de fome protestava contra as condições carcerárias, "adotou o perfil político quando sua biografia penal já era extensa, (...) convencido das vantagens materiais que teria com uma militância amamentada por embaixadas estrangeiras".

"Era o candidato perfeito: um homem 'dispensável' para os inimigos da revolução, e fácil de convencer para que persistisse em um empenho absurdo, de demandas impossíveis (televisão, cozinha e telefone pessoal na cela)", destaca o jornal oficial do regime.