Trabalhadores panamenhos devem suspender greve geral
Agência ANSA
CIDADE DO PANAMÁ - Os trabalhadores panamenhos analisam suspender a greve geral convocada para amanhã, após as conversações entre governo e sindicalistas do setor bananeiro para resolver a crise na província de Bocas del Toro.
O dirigente Rafael Chavarría, da Confederação de Trabalhadores da República do Panamá (CTPR), disse hoje a uma rádio local que o tema será levado a "consulta", posicionamento semelhante ao de Pedro Franco, da Coordenadoria Nacional de Unidade do Magistério (Conuma).
Mais cedo, os professores haviam chamado a classe a partilhar da greve nacional, com a paralisação das aulas a partir de amanhã. Em oposição, a ministra da Educação, Lucy Molinar, assegura que "amanhã haverá aulas", apesar de ter admitido que algumas escolas poderiam ser fechadas.
Chavarría e Franco indicaram que há contradições entre o acordo que poria fim ao conflito e as declarações do presidente panamenho, Ricardo Martinelli, que ontem rechaçou derrubar a Lei 30 - que traz significativas modificações trabalhistas, penais e ambientais.
Ao negociar a resolução da crise em Bocas del Toro, as autoridades se comprometeram a alterar os artigos 12, 13 e 14 da norma, motivos principais dos protestos dos empregados do setor bananeneiro e da convocação da greve geral.
Sindicalistas panamenhos já manifestaram temer a possibilidade de serem detidos pelo governo, mas o ministro de Segurança, José Raúl Mulino, garantiu que seu departamento não emitiu ordens para a prisão de dirigentes.
Pelo menos duas pessoas morreram nos últimos dias nos enfrentamentos entre trabalhadores e a polícia. As agremiações, no entanto, reportam um número de cinco vítimas fatais.