Desemprego nos EUA poderá subir até 2011, aponta estudo do Fed

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A taxa de desemprego nos Estados Unidos poderá subir até o fim do primeiro semestre de 2011 devido à lentidão da recuperação econômica, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira por dois pesquisadores do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

A recuperação econômica iniciada em julho de 2010 "avança a ritmo moderado" e o crescimento do PIB no primeiro semestre de 2011 deverá continuar "abaixo ou no nível do potencial de crescimento" da economia, escrevem os autores da pesquisa, David Lang e Kevin Lansing.

"Se estas previsões forem corretas, como consequência da relação observada historicamente entre crescimento do PIB real e o mercado de trabalho, a taxa de desemprego poderá subir 0,5 ponto ou mais" daqui a junho de 2011, completa o artigo, publicado na "Economic Letter", uma pulicação da representação regional do Fed em San Francisco.

O desemprego, que estava oficialmente em 9,6% no fim de agosto, poderá alcançar assim 10,11%, teto registrado em outubro de 2009, e ao qual não voltava desde junho de 1983.

O crescimento da economia americana desacelerou-se no segundo trimestre, alcançando 1,6% interanual, inferior ao potencial de crescimento dos Estados Unidos, estimado pelo Fed entre 2,5% e 2,8%.

Em teoria, o desemprego não cai até que o crescimento seja superior ao potencial do país (definitido como o ritmo de crescimento que permite a criação de emprego em número suficiente para absorver o aumento da população ativa, produto do aumento natural da população).

O Fed reiterou na quarta-feira que o ritmo da recuperação poderá "ser lento no curto prazo".

A situação da economia e do emprego nos Estados Unidos é um dos principais temas da campanha eleitoral para a eleição legislativa de metade de mandato, que será realizada em 2 de novembro.