Argentina: ministros da Agricultura do G20 discutem preços de alimentos
Um encontro ministerial do Grupo dos 20 (G20) começava a discutir, esta quinta-feira, na Argentina, se os preços dos alimentos precisam de regulamentação ou podem ser regidos pela liberdade de mercado, enquanto a França pediu para que fosse criada uma "nova governança" em nível mundial na agricultura.
"É preciso encontrar uma nova governança para a agricultura ao nível mundial. É necessário regular melhor o mercado", disse na quinta-feira o ministro da Agricultura da França, Bruno Le Maire, durante coletiva, em Buenos Aires, antes da cúpula do G20, reiterando que seu país não busca limitar os preços dos alimentos.
Le Maire disse que a França "não tem, em caso nenhum, a intenção de limitar o preço das matérias-primas agrícolas" e acrescentou que "o que queremos combater é a volatilidade excessiva (dos preços) e a especulação sobre as matérias-primas".
Por sua vez, o colega argentino, Julián Domínguez, saudou a posição da França e disse que seu país, um dos maiores produtores mundiais de alimentos, "vai defender o valor" de sua produção.
"O Brasil é totalmente contrário a mecanismos de controle e regulamentação do preço das commodities", disse dias atrás o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Os ministros da Agricultura do G20, integrado pelos países desenvolvidos e um grupo de emergentes, começavam a debater esta quinta-feira, em Buenos Aires, em um grande hermetismo, se os preços dos alimentos devem ser regulados ou liberados à oferta e procura.
Brasil e Argentina, grandes produtores de alimentos, e o México, são os três únicos países latino-americanos que integram o G20.
O fenômeno de encarecimento dos alimentos entrou no radar de grandes organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e o G20.
Países como Brasil, Canadá, Austrália e Argentina sustentam que "o problema das commodities tem a ver com a existência de uma demanda de alimentos sustentada no mundo e que o que se deve fazer é incrementar a oferta e não regular os preços", revelou uma fonte oficial do encontro.