Dilma mantém disposição de ir à posse do presidente eleito do Paraguai
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff mantém a disposição de participar da cerimônia de posse do presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, no próximo dia 15, em Assunção, apesar de o paraguaio ter anunciado a recusa de reintegração de seu país ao Mercosul. No último dia 12, Dilma e os presidentes José Pepe Mujica (Uruguai), Cristina Kirchner (Argentina) e Nicolás Maduro (Venezuela) oficializaram a intenção de participar da solenidade de posse de Cartes.
No mesmo dia, porém, quando os presidentes anunciaram a disposição de reintegração do Paraguai, Cartes emitiu comunicado rechaçando a decisão. No texto, o presidente eleito diz que não reconhece a adesão da Venezuela ao bloco, que ocorreu em dezembro - no período em que o Paraguai estava suspenso, e que considera a suspensão do Paraguai ilegítima.
Em 22 de junho, o Paraguai foi suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que reúne 12 nações, porque os líderes regionais concluíram que o processo de impeachment do então presidente Fernando Lugo rompeu com a ordem democrática. Os paraguaios negaram irregularidades e, desde então, tentam a reintegração aos grupos.
No dia 12, durante a Cúpula do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai, Dilma, Mujica, Cristina Kirchner e Maduro concordaram com a reintegração do Paraguai a partir do dia 15 de agosto – data da posse de Cartes.
Em comunicado divulgado há três dias, Cartes ressaltou que há as “melhores relações bilaterais possíveis” com as nações com as quais o Paraguai “mantém relações diplomáticas”. Anteriormente, o presidente eleito condiciou o retorno do Paraguai ao Mercosul desde que o país assumisse a presidência pro tempore (temporária) do bloco.
Porém, o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, descartou a hipótese alegando que a presidência temporária seguia o critério de ordem alfabética e que o Paraguai ainda estava suspenso, por isso a Venezuela, assumiu o comando temporário do bloco. Cartes, por sua vez, reiterou não reconhecer o ingresso da Venezuela no Mercosul.