Manifestantes ocupam sede do partido do presidente ucraniano

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Manifestantes antigovernamentais ucranianos atacaram e ocuparam hoje (18)  a sede do partido do presidente, Viktor Ianukovitch, próximo ao Parlamento, depois de romperem o cordão policial que protegia o edifício. Houve confrontos com a polícia. Desde o final de janeiro, não se registavam confrontos entre manifestantes e polícia. Na área, também em frente ao Parlamento, quatro pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas.

No local, centenas de manifestantes atacaram o edifício com coquetéis molotov e quebraram os vidros das janelas com pedras. Pouco antes, parte dos milhares de manifestantes próximo ao Parlamento romperam o cordão policial e envolveram-se em confrontos com forças antimotim.

A polícia usou gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral e disparou balas de borracha para tentar conter os manifestantes, que lançaram pedras contra a polícia. Nos confrontos, um fotógrafo foi ferido com uma bomba de efeito moral e transportado para o hospital.

Os três grupos parlamentares da oposição anunciaram na ontem (17)  que iam exigir nesta terça-feira no parlamento a recuperação da constituição de 2004, para regressar ao regime parlamentar, mas a maioria se recusou a incluir o tema na agenda da sessão parlamentar. O sistema político ucraniano foi alterado para presidencialista na reforma constitucional de 2010, meses depois de o atual presidente, Viktor Ianukovitch, assumir o cargo. Além da reforma constitucional, que limitaria os poderes do presidente, a oposição exige a realização de eleições presidenciais e legislativas antecipadas.

A crise política na Ucrânia começou no final de novembro do ano passado quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do governo de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia (UE).  Depois dos confrontos do final de janeiro, desencadeados pela aprovação de uma legislação limitadora do direito de manifestação, governo e oposição iniciaram negociações que levaram à demissão do primeiro-ministro Mikola Azarov, e a evacuação da câmara municipal de Kiev e de outros edifícios públicos ocupados por manifestantes. As negociações levaram ainda à  aprovação de uma anistia para todos os manifestantes detidos em confrontos com a polícia.