EUA enviarão 100 conselheiros militares ao Iraque
Já a França estuda ações para proteger refugiados
A crescente violência dos jihadistas no Iraque fez com que os Estados Unidos enviassem mais 100 "conselheiros militares" para analisar a situação das minorias no país, informou o Pentágono. Esses agentes chegarão à Irbil para ver as opções de "assistência humanitária", especialmente para a população Yazidi, fortemente perseguida pelos extremistas.
Além da ajuda humanitária, os norte-americanos estão estudando uma "evacuação urgente" de mais de 30 mil refugiados yazidis pelo norte do país, informou o secretário de Estado, John Kerry.
Os membros do Estado Islâmico (também conhecido como Isis), além de perseguir as pessoas, destroem templos relacionados às religiões que eles não seguem.
Após destruir templos de mais de 700 anos de cristãos e muçulmanos, eles reduziram a pó o principal templo dos yazidis, o Lalish. No local está enterrado Sheikh Adi ibn Musafir que, segundo a religião desse povo, todo yazidi deve fazer uma peregrinação ao túmulo uma vez na vida.
França ajudará os refugiados
O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou que a França recebeu "centenas de pedidos" de asilo das pessoas perseguidas no Iraque e que tentam fugir do avanço do Estado Islâmico. Porém, Cazeneuve declarou que "se organizarmos a saída de todas as minorias, estamos dizendo aos jihadistas que o país é só deles".
Em entrevista à rádio France Info, ele ainda declarou que o "objetivo da França é apoiar as iniciativas humanitárias e diplomáticas e fazer com que essas minorias que moram no Iraque possam continuar a viver lá".
O Ministério do Exterior francês afirmou em nota que está enviando "20 toneladas" de ajuda, em particular, "medicamentos, tendas, materiais para tratamento e distribuição de água para mais de 50 mil pessoas". Além disso, o Palácio do Eliseu divulgou que também enviará "em acordo com Bagdá, armas para dar base às forças que lutam contra o Estado Islâmico"
Cazeneuve também afirmou que "cerca de 900 jihadistas franceses estão combatendo na Síria e, provavelmente, no Iraque" e que o governo está fazendo de tudo para "evitar" que mais extremistas do país saiam da França.
Conferência Episcopal
A Conferência Episcopal francesa lançou um apelo para que as forças de segurança no Iraque usem "as armas com pertinência, justiça e proporção" para ajudar as comunidades cristãs e yazidis que estão sendo vítimas de genocídio.
Segundo o porta-voz da entidade, monsenhor Bernard Podvin, a ação da União Europeia é "insuficiente" no momento. "Há uma ameaça contra as minorias e é preciso usar a força. Mas, essas comunidades já perderam tudo. O episcopado está muito preocupado com a inércia da Europa", afirmou Podvin.
Austrália participará de ação humanitária
A Austrália anunciou nesta quarta-feira sua intenção de participar da operação humanitária do Ocidente no norte do Iraque. "Aviões australianos participaram do lançamento de mantimentos na região de Sinjar e estamos consultando os nossos parceiros, como os Estados Unidos e o Reino Unido, para ver qual é a assistência mais urgente que a Austrália pode oferecer", disse o primeiro-ministro do país, Tony Abbott.
Em meio à crise, tensão política O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, rebateu hoje que não tem intenção de pedir demissão até que a Corte Federal não se manifeste sobre seu recurso pela nomeação de um novo premier. Maliki afirma que a designação de Haydar al Abadi é uma "violação da Constituição", segundo a TV Al Jazeera.
O nome de Al Abadi foi proposto pelo bloco xiita do Parlamento iraquiano, uma vez que o primeiro-ministro tem sido pressionado para renunciar à possibilidade de um terceiro mandato. Muitos o acusam de ter uma parcela de responsabilidade nos recentes conflitos no país, ao dar pouco espaço para os sunitas em sua administração.
Reuniões na União Europeia
A Alta Representante da UE, Catherine Ashton, está pronta para organizar um conselho extraordinário sobre as crises no Iraque, Gaza e Ucrânia já nesta semana, afirmou um porta-voz de Ashton.
Já o primeiro-ministro britânico, David Cameron, interrompeu suas férias e presidirá uma reunião do Comitê de Emergência (Cobra) sobre a crise no Iraque.
Ele chegará hoje de Portugal, onde estava descansando, e debaterá sobre a necessidade de enviar forças britânicas ao país para ataques aéreos, ação que está sendo realizada pelos Estados Unidos. (ANSA)