Jornal argentino diz que Brasil está a frente e elogia eleições
O jornal argentino La Nación publicou uma reportagem onde, através de uma comparação da Argentina com o Brasil, elogia o governo brasileiro. Apesar da rixa interna que parece tomar o país no pós eleições, o Brasil é reconhecido como uma democracia forte. O jornalista afirma:
"Em apenas três dias eu assisti o debate presidencial final, ouvi a situação, oposição, analistas políticos e cidadãos comuns. Eu fui a escolas onde se votam com urnas eletrônicas que funcionam como relógios suíços".
Fazendo uma crítica implícita a Cristina Kirchner, ele diz que a liderança brasileira, Dilma Rousseff, "não anda colocando a culpa de todos os problemas no resto do mundo nem se posiciona como vítima de conspirações interplanetárias".
Ele continua: "o público assume a sua responsabilidade cívica", comentando os oito debates presidenciais, que arrecadaram 30 pontos de audiência, sendo que o último ultrapassou esse número mesmo sendo de madrugada. Ele ainda ressaltou que os candidatos tiveram que baixar o nível de agressão, porque a sociedade aprovou as rinhas pessoais entre os candidatos.
O governo não acusa a oposição de inimigo número 1 nem diz que a divisão do país em dois a culpa é da mídia. O jornalista diz que, o mais revelador e diferente entre os dois países é que "o presidente, uma vez eleito, não ficou olhando para trás. Dilma estava preocupado em mostrar que sabe que ainda há muito a ser resolvido, apesar de seu partido estar a 12 anos no governo, dos quais quatro estavam em suas mãos". Ela não prometeu magia (ou mais subsídios), mas quer reviver a cultura do trabalho e apelou para a responsabilidade de todos os brasileiros para melhorar a situação.
Dilma não dispensa as palavras proibidas no dicionário da presidência argentina como inflação, corrupção, diálogo e consenso. O jornalista termina dizendo que Brasil e Argentina parecem cada vez mais distantes.