Um ano após ciclone, Sardenha luta para se reconstruir

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Centenas de milhões de euros em prejuízos, 82 cidades atingidas, 19 vítimas, 493 pessoas retiradas de suas casas, empresas arrasadas e famílias que perderam tudo sob uma maré de lama. Esse foi o saldo das inundações de 18 de novembro de 2013 na ilha italiana da Sardenha. Entretanto, passado um ano, a reconstrução das áreas atingidas segue a passos lentos.    

Os motivos para isso são, basicamente, dois: a lentidão da burocracia, apesar da nomeação de um comissário extraordinário para a emergência pelo governo da Itália, e a escassez de recursos, com os 200 milhões de euros prometidos por Roma no auge da catástrofe chegando a conta-gotas.    

Levando em conta que a exigência financeira apenas para colocar em segurança as rodovias afetadas é de 113 milhões de euros, os 20 milhões que desembarcaram na Sardenha até aqui representam muito pouco.    

O governo regional da ilha já teve de desembolsar 52 milhões de euros para poder iniciar as obras, sendo que algumas foram concluídas nas últimas semanas. Segundo um relatório de 20 de outubro, apenas para recuperar o patrimônio público destruído pelas águas, são necessários 495 milhões de euros, sendo que o fundo especial para enfrentar a emergência conta com pouco mais de 32 milhões.    

As inundações na Sardenha, no sul da Itália, foram causadas pelo ciclone Cleopatra. Entre as 19 vítimas, está uma família de quatro brasileiros (mãe, pai e dois filhos) que viviam em um porão na cidade de Arzachena. Com as chuvas, o local ficou completamente debaixo d'água, afogando os seus ocupantes.    

Foram necessárias quase oito horas para os bombeiros e a Proteção Civil recuperarem os corpos de Isael Passoni, 42 anos, de sua mulher, Cleide Mara Rodrigues, 41, e de seus filhos, Weriston e Laine Kellen, 20 e 16.