Otan acusa Rússia de agravar guerra na Síria
Ministros da Defesa estão reunidos em Bruxelas para discutir conflitos no Oriente Médio
O secretário geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, reiterou quinta-feira (8/10) que o envolvimento das forças russas na violência crescente piora o conflito sírio.
As informações foram publicadas nesta quinta-feira (8/10) no jornal El País.
Segundo o jornal espanhol, os ministros da Defesa dos países que fazem parte da Otan estão reunidos nesta quinta-feira (8/10) em Bruxelas para discutir os "desafios" que causam maior preocupação: possível retirada militar do Afeganistão, o conflito na Síria, o reforço da capacidade de intervenção na fronteira sul da Europa e da parceria com a Geórgia. Mas o assunto que monopoliza as atenções desde a manhã é a participação da Rússia no conflito sírio.
De acordo com o El País, a Otan se reúne exatamente há uma semana desde que a aviação russa começou a bombardear as posições dos Estados islâmicos jihadistas (EI), de acordo com o Kremlin. Mas Stoltenberg insistiu pela segunda vez em três dias sobre que a "preocupação é de que os russos não estão dirigidos principalmente contra a EI, mas contra outros grupos da oposição ao regime sírio [Bashar Assad]. (...) e que não ajuda a levar a paz para o país", destacou o secretário geral, na entrada para a reunião com 28 embaixadores da aliança militar. "Vimos ataques [russo] ataques aéreos do mar, com mísseis de cruzeiro e incursões no espaço aéreo turco", observou ele para apenas depois de anunciar que nesta quinta-feira vai se reunir com o ministro turco da Defesa para tratar e analisar a situação. "Estamos em contato constante com o governo de Ancara", explicou.
Stoltenberg disse que a Aliança "está pronta" para ser implantada no território de um país membro se for considerado sob ameaça, em clara referência à incursão russa nos céus turcos.
Em relação ao conflito na Síria, que há mais de quatro anos já resultou em mais de 300 mil mortes, o líder da Aliança sublinhou a "necessidade" de renovar um diálogo político para alcançar uma solução política. "Eu não vejo nenhuma solução militar a longo prazo", disse. Além disso, em linha com os EUA, na luta da aliança internacional contra as forças de Bashar al-Assad desde o ano passado, Stoltenberg reiterou que apoiar o regime sírio não é a solução.
Após os recentes ataques em Kunduz (Afeganistão), os ministros da Otan também serão chamados a discutir a retirada das suas tropas da China. "O que é certo é que vamos continuar a apoiar os afegãos." Stoltenberg oferece duas opções: por intermédio de uma missão de apoio, que em qualquer caso, seria combater ou de uma operação civil-militar conjunta liderada por civis.
A Otan também anunciou nesta quinta-feira reforço na fronteira sul da Europa, embora os detalhes sejam desconhecidos. Diplomatas dizem que os ministros sugeriram estratégia no sul cujos detalhes serão anunciados na cúpula bianual da Aliança em Varsóvia (Polônia).
Por Denise de Almeida