Congresso venezuelano aprova projeto que liberta opositores
Medida desagrada governo de Nicolás Maduro
O Congresso venezuelano, que tem maioria opositora, aprovou em primeira instância, após um tenso debate, a Lei da Anistia, que visa a libertar presos políticos como Leopoldo López. "Depois de 17 anos de ódio e divisão, devemos nos unir para sair desta crise. O clamor que temos é de união, paz e reconciliação nacional, por isso é tão necessária a aprovação da anistia", explicou a deputada Delsa Solórzano, que apresentou o projeto.
A bancada aliada ao governo de Nicolás Maduro, chamado "Bloco da Pátria", boicotou a votação após argumentar que a norma vai contra a Constituição e gera "impunidade" sobre o que consideram "crimes de lesa humanidade".
Projeto agora precisa passar pela Comissão Permanente de Política Interna antes de ser aprovado.
Familiares de opositores presos, entre eles a esposa de López, Lilian Tintori, estiveram presentes no plenário.
Histórico - López foi condenado a 13 anos e nove meses de prisão por associação criminosa, incêndio, danos à propriedade pública e instigação da violência durante os protestos contra o governo de Maduro realizados em fevereiro de 2014. As manifestações, registradas até maio daquele ano, deixaram 43 mortos e milhares de feridos.
López cumpre pena na cadeia militar de Ramo Verde, ao norte de Caracas. O local é o mesmo onde esteve preso "preventivamente" desde o começo de 2014, quando se entregou às autoridades alegando ser inocente.
Organizações de direitos humanos pedem sua libertação imediata, denunciando que ele passou por um processo judicial injusto.
(ANSA)