Funeral de vítimas de acidente de trem na Itália reúne 5 mil
13 dos 23 mortos em desastre na Puglia foram velados juntos
Cerca de 5 mil pessoas, incluindo o presidente Sergio Mattarella, participaram neste sábado (16) do funeral de 13 das 23 vítimas do acidente ferroviário da última terça-feira (12) na região da Puglia, sul da Itália.
A cerimônia coletiva aconteceu no ginásio poliesportivo de Andria e também contou com a presença do ministro dos Transportes Graziano Delrio e da presidente da Câmara dos Deputados Laura Boldrini. Os outros 10 mortos foram velados em celebrações privadas ou em outras regiões. "Hoje até o céu decidiu chorar", disse o prefeito de Bari, Antonio Decaro, comentando a persistente chuva que caiu durante toda a manhã em Andria. Mattarella acompanhou o funeral do começo ao fim e conversou com os familiares das vítimas, assim como já havia feito no hospital na última quinta (14).
"É uma tragédia que me chocou. Eu vim de Trani mesmo sem conhecer nenhuma das vítimas. Estamos todos muito comovidos", contou um cidadão presente na cerimônia. Já o bispo de Andria, Luigi Mansi, fez um discurso bastante duro e disse que os interesses econômicos ignoram a vida das pessoas.
"As nossas consciências estão adormecidas por práticas que nos parecem normais, mas não são. Aquela praxe da economia que não pensa na vida das pessoas, mas na conveniência e no interesse, sem escrúpulos e com pequenas e grandes falhas em relação ao próprio dever", afirmou o religioso.
Uma das piores tragédias ferroviárias das últimas décadas na Itália aconteceu entre as cidades de Andria e Corato, quando dois trens se chocaram frontalmente na saída de uma curva em um trecho de binário único. Os investigados pela tragédia são os chefes das estações dos dois municípios: Vito Piccarreta e Alessio Porcelli.
As atenções estão concentradas no primeiro, que deu autorização para uma composição atrasada sair de Andria, sendo que outra seguia pelo sentido inverso. Contudo, os promotores também querem saber por que um projeto de duplicação do ramal não foi concluído, ainda que tenha recebido fundos da União Europeia.