Na contramão dos EUA, América Latina não quer protecionismo
Há 11 anos, nos entanto, latinos tinham postura diferente
Na contramão do novo governo dos Estados Unidos, os países da América Latina estão cada vez mais em busca da abertura de seus mercados e contra o protecionismo propagado por Donald Trump.
Brasil, México, Chile, Colômbia, Peru, Argentina, entre outros, tentam oportunidades cada vez maiores para abrir seus mercados em maior ou menor intensidade. No entanto, o momento não é dos mais propícios.
Trump já anunciou que uma de suas primeiras medidas será tirar os EUA do Acordo Trans-Pacífico e revisar todos os acordos econômicos bilaterais para deixá-los mais "justos" para os norte-americanos. A medida poderá trazer grandes problemas para os latinos, já que muito de sua economia depende da exportação.
"Parece que entramos em uma nova era de nacionalismo populista, na qual a ordem liberal dominante que se constrói desde a década de 1950 foi atacada por maiorias democráticas enjoadas e energizadas", disse o especialista Francis Fukuyama em sua coluna no jornal "Financial Times", citando a vitória de Trump e do Brexit, que tirará a Grã-Bretanha da União Europeia.
Mas, se hoje o cenário latino é de maior abertura e de expectativa sobre o que farão os norte-americanos, há 11 anos não era bem assim. Em 2005, liderados por Venezuela, Brasil e Argentina, os países da América Latina rechaçaram a ideia de integrar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), desejada pelos EUA. Na época, esse seria o maior acordo de abertura mundial, com cerca de 800 milhões de habitantes.