Malásia autoriza entrega de corpo de Kim Jong-nam à Coreia do Norte

Por

O governo da Malásia anunciou nesta quinta-feira (30) que autorizou a entrega à Coreia do Norte do corpo de Kim Jong-nam, meio-irmão mais velho do líder norte-coreano, Kim Jong-un, que foi assassinado na capital malaia Kuala Lumpur em 13 de fevereiro passado. As informações são da agência espanhola EFE.

O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, disse que as autoridades norte-coreanas, por sua vez, autorizaram que nove malaios que estavam retidos em Pyongyang desde fevereiro retornassem à sua pátria. O governante malaio indicou que os nove cidadãos “saíram da capital norte-coreana hoje e chegarão a Kuala Lumpur amanhã".

"Nós vamos permitir agora que os norte-coreanos (no país) deixem a Malásia. Além disso, após concluir a autópsia do corpo e receber um pedido de sua família requerendo que os restos mortais sejam devolvidos à Coreia do Norte, foi autorizada a devolução do corpo", afirmou Najib.

Investigações prosseguem

Kim Jong-nam morreu após ser atacado no aeroporto de Kuala Lumpur por duas mulheres, uma indonésia e uma vietnamita, que esfregaram no rosto da vítima um pano com um potente agente tóxico.

"O nosso governo acredita firmemente nos princípios de justiça e soberania. Nossa investigação policial neste grave crime em solo malaio prosseguirá. Ordenei que fossem adotadas todas as medidas possíveis para levar os culpados à Justiça", disse o primeiro-ministro em comunicado.

A Malásia mantém as duas mulheres na prisão, acusadas de assassinato, e procura sete norte-coreanos, dos quais quatro já fugiram do país e os outros três acredita-se que estão escondidos na Embaixada da Coreia do Norte em Kuala Lumpur.

Kim Jong-nam nasceu em 1971 da relação entre o líder norte-coreano, Kim Jong-il, e sua primeira concubina, a atriz Song Hye-rim. O atual líder norte-coreano, Kim Jong-un, nasceu em 1984 do mesmo pai e sua última consorte, Ko Yong-hui.

O irmão mais velho era considerado como o melhor posicionado para herdar a chefia do regime norte-coreano, mas caiu em desgraça em 2001. Nos últimos anos, ele vivia exilado na China, principalmente em Macau, de onde atraiu a atenção em 2012 por criticar Pyongyang e seu sistema de sucessão.