Advogados aconselham Trump a não depor para procurador Mueller, diz jornal

Publicação afirma que há temor de que presidente minta

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Os advogados do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aconselharam o mandatário a não depor para o procurador-especial Robert Mueller, que investiga as relações entre a campanha presidencial republicana e o governo russo, informou nesta terça-feira (6) o jornal "The New York Times".

Segundo fontes consultadas pela publicação, há o temor de que o magnata se contradiga em afirmações ou solte "declarações falsas" durante o depoimento - e seja incriminado por mentir em uma investigação oficial.

No entanto, se Trump for convocado e se negar a depor, abrirá uma longa batalha judicial, que deverá desgastar ainda mais o republicano no caso "Russiagate". Com a negativa, Mueller terá o direito de convocar uma audiência perante um grande júri, provocando a abertura do caso que pode ser decidido apenas na Corte Suprema.

Além disso, a decisão causaria problemas políticos para ele, já que passaria a ideia de que Trump pode estar escondendo informações - fato que sempre negou publicamente em seus discursos e postagens no Twitter.

Outro fator de desgate seria a constante tentativa de interferir no caso, como nas recentes revelações de que ele teria pressionado membros do judiciário para "ficar ao seu lado" nas investigações.

Segundo a publicação, os advogados John Dowd e Jay Sekulow, além do advogado particular de Trump, Marc Kasowitz, recomendaram que ele não fale com Mueller. A ideia também seria compartilhada por inúmeros assessores e conselheiros próximos.

- Memorando: A comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes votou, por unanimidade, pela divulgação de um memorando elaborado pelos democratas, que contrapõe outro documento do tipo, feito pelo republicano Devin Nunes. Agora, Trump terá cinco dias para decidir se tornará público ou não o memorando da oposição.

Enquanto o documento feito por Nunes acusa o FBI e o Departamento de Estado de terem sido tendenciosos contra Trump durante as investigações do "Russiagate", o dos democratas afirma que há "carências" no texto usado para "atacar" Mueller.