Em meio à crise política, Jacob Zuma adia discurso à nação
Pressão de opositores que pedem renúncia surtiu efeito no governo
O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, adiará o discurso do Estado da Nação, que seria feito ao Parlamento na próxima quinta-feira (8). A informação foi confirmada nesta terça-feira (6) pela líder parlamentar, Baleka Mbete.
Segundo a presidente do Parlamento, a decisão foi tomada "no melhor interesse" para o país e ainda não há uma nova data estipulada.
No entanto, a decisão de não falar ao povo ocorre em um momento que há um aumento na pressão para que Zuma, de 75 anos, renuncie ao cargo.
Ele é acusado de corrupção em 18 casos diferentes, além de acusações de fraude, extorsão, lavagem de dinheiro e evasão fiscal. Ao todo, ele teria recebido 783 pagamentos ilegais desde os anos 1990 em troca de um acordo sobre armamentos.
Nesta segunda-feira (5), uma reunião de emergência sobre a situação foi convocada e partidos de oposição, como o Aliança Democrática (DA) e o Combatentes pela Liberdade Econômica (EFF), informaram que pressionariam para que ele não fizesse o discurso.
Há a pressão para que Zuma renuncie até dentro de seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC), que está no poder desde o fim do apartheid. Isso porque os governistas querem convocar novas eleições e permitir que o atual líder do ANC, Cyril Ramaphosa, seja eleito.