EUA sancionam empresas da Venezuela por ligações com narcotráfico

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Os Estados Unidos impuseram, nesta segunda-feira (7), sanções contra 20 empresas da Venezuela e do Panamá e três cidadãos venezuelanos que são seus donos ou administradores, entre eles um ex-funcionário de Inteligência, por ligações com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

O Departamento do Tesouro informou que o Gabinete de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, na sigla em inglês) incluiu na lista de narcotraficantes Pedro Luis Martín Olivares, ex-diretor de Inteligência Financeira do DISIP da Venezuela, e seus sócios Walter Alexander Del Nogal Márquez e Mario Antonio Rodríguez Espinoza, bem como 16 de suas empresas na Venezuela e quatro no Panamá.

Esta designação do Ofac congela todos os eventuais ativos desses indivíduos e suas entidades nos Estados Unidos, e proíbe aos americanos fazer qualquer transação com eles, disse o Tesouro em um comunicado.

Acrescentou que as empresas são utilizadas "para lavar lucros ilícitos tanto do tráfico de narcóticos como da extorsão", e operam em diversos ramos, incluindo segurança privada, transporte, instalação de produtos eletrônicos, imóveis, construção, produtos petroleiros, consultoria e serviços financeiros.

"Esta ação é em resposta às extensas atividades de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro de Martín", disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, citado no comunicado. "Negaremos aos funcionários corruptos do regime venezuelano o acesso ao sistema financeiro americano".

Martín, de 51 anos, ex-diretor de Inteligência Financeira da extinta Direção Nacional de Serviços de Inteligência e Prevenção (DISIP), atual Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), foi acusado em 2015 por um júri americano no estado da Flórida de conspirar para distribuir drogas nos Estados Unidos.

Segundo o Tesouro, Martín "aproveitou sua posição no governo e aceitou subornos de narcotraficantes que operam na Venezuela e Colômbia como parte de um plano mais amplo para facilitar o movimento de narcóticos pelo espaço aéreo venezuelano".

"Martín trabalhou estreitamente com outros funcionários do governo venezuelano para lavar lucros de narcóticos e outros fundos ilícitos, incluindo Hugo Armando Carvajal Barrios, designado pela Ofac em 12 de setembro de 2008 como narcotraficante", detalhou.

Apelidado "El Pollo", Carvajal, um militar com grau de major-general, era funcionário de confiança do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez, mentor do atual mandatário, Nicolás Maduro.

"Martín facilitou o movimento de várias toneladas de cocaína e utiliza vários métodos de lavagem de dinheiro, incluindo o traslado de dólares americanos por avião, mensageiros e contratos com terceiros", detalhou o Tesouro.

Del Nogal, de 48 anos, colabora com Martín na distribuição de drogas e movimentação de dinheiro para a Europa, enquanto Rodríguez, de 52, é o homem de confiança de Martín na Venezuela, apontou.

Washington aplicou várias sanções econômicas contra Maduro e funcionários ou ex-funcionários venezuelanos, acusando-os de corrupção e narcotráfico, além de proibir a entidades americanas negociar dívida do Estado venezuelano ou da sua petroleira PDVSA, e comerciar com o petro, a criptomoeda lançada por Caracas.

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