Europa e EUA exigem que Rússia respeite compromissos na Síria

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Integrantes ocidentais do Conselho de Segurança exigiram nesta quarta-feira (27) que a Rússia respeite seus compromissos no sudoeste da Síria e ajude a deter a ofensiva do Exército sírio, apoiado por Moscou, que ameaça, segundo a ONU, o relançamento de um processo político no país.

"Os Estados Unidos podem confirmar que a Rússia realizou nos últimos dias bombardeios na zona de desescalada do sudoeste" da Síria, disse Jonathan Cohen, embaixador adjunto do país americano na ONU, durante uma reunião mensal do Conselho sobre a Síria.

"As operações militares unilaterais do regime de (Bashar al) Assad e da Rússia no sudoeste da Síria são uma violação do cessar-fogo" acordado em novembro pelos presidentes Donald Trump e Vladimir Putin, acrescentou.

Washington continua "determinado a respeitar seus compromissos desse cessar-fogo. Pedimos a nossos sócios russos que façam o mesmo" e "tomem medidas imediatas para diminuir a violência", assinalou o diplomata.

O embaixador francês na ONU, François Delattre, disse que seu país "pede a todos, começando pela Rússia, que respeitem os compromissos assumidos para que esta ofensiva pare imediatamente". "É essencial que a Rússia honre o acordo concluído há um ano e garanta imediatamente o fim das hostilidades", insistiu.

Delattre considerou que "uma onda suplementar de refugiados desestabilizaria de maneira duradoura os países vizinhos, particularmente a Jordânia".

Sua homóloga britânica, bem como os embaixadores de Holanda e Suécia, também advertiu contra uma reiteração do que aconteceu em Aleppo e na Ghuta Oriental, ou seja, uma série de violentos bombardeios seguidos de uma reocupação de territórios com eventuais acordos de evacuação com os grupos rebeldes.

"Me somo à França e aos Estados Unidos para exortar que a Rússia respeite seus compromissos e vele para que o governo sírio respeite o cessar-fogo a fim de evitar uma nova crise humanitária", declarou Karen Pierce, embaixadora do Reino Unido.

Em um comunicado por vídeo, o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, mostrou a sua preocupação ao considerar que a ofensiva no sudoeste da Síria poderia obstaculizar o relançamento de um processo de solução política do conflito.

Após ter consolidado seu poder em Damasco e nos arredores, o presidente sírio aspira reconquistar o sul do país, uma região sensível que ladeia a fronteira com a Jordânia e o Golã, em parte ocupado por Israel.

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