Falavigna admite lesão e evita culpar árbitro por mudança em luta 

Por Allan Farina

Derrotada logo em sua estreia na Olimpíada de Londres, a brasileira Natalia Falavigna admitiu, depois do revés para a sul-coreana Jong Lee In, que sentiu uma lesão no pé durante o combate, prejudicando sua movimentação no duelo válido pela categoria acima de 67 kg. Após o combate realizado na manhã deste sábado, a lutadora lamentou tal problema físico, ainda mais diante de uma adversária de um dos países mais tradicionais no taekwondo.

"Não tive movimentação e custou minha luta. Vou torcer pra passar, torcer para chegar. Tive uma chave difícil. Acabei tendo um probleminha que custou minha movimentação, eles (sul-coreanos) são muito rápidos. Tive que jogar para lutar e conseguir colocar o pé no chão, são coisas que acontecem, nem sempre você chega na Olimpíada 100%. Às vezes você chega com o corpo já precisando de um descanso", lamentou a atleta, que não escondeu o incômodo durante o combate.

"Não lutei no sacrifício, porque o atleta faz sacrifícios todo dia. Tentei minha performance, mas infelizmente meu pé incomodou um pouco. Não pude fazer a minha movimentação, e acabei me jogando mais para não precisar apoiar o pé", disse a competidora, que ainda sonha com uma boa campanha da sul-coreana para retornar à repescagem e disputar o bronze.

"Não acabou, tem que fazer mais, infelizmente não consegui fazer mais, e nosso esporte é assim É uma espera normal. A Coreia do Sul é uma boa equipe, tem boas lutadoras, vamos torcer para pelo menos chegar na final, para que possa voltar para luta e melhorar minha movimentação, que é a base do meu jogo", concluiu a competidora.

Além da lesão no pé, Falavigna deixou o ambiente reclamando também do desempenho do árbitro francês Denis Odjo, responsável pelas revisões durante o combate. Ainda no primeiro round, a brasileira recebeu um chute giratório no capacete, enquanto o juiz central David Coupar interrompia a luta. Odjo, após desafio dos asiáticos, assinalou três pontos e mudou a situação do duelo, favorável até então à representante nacional.

"Parei de lutar porque o árbitro tinha parado. Na hora eles acharam que foi na hora do movimento, não sei o que foi, mas não me arrependo de nada", disse Falavigna, que, contudo, decidiu absolver a polêmica ao analisar o revés. "Arrumar desculpa para a minha derrota é coisa que não faço. Não tenho vergonha de nada, algumas vezes as coisas dão certo, e outras vezes não. Tenho a coragem de entrar, pisar ali e tentar o resultado".