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Terceiro colocado nas eleições, 'Bolsonaro paraguaio' é preso por incitar o golpe

Extremista Paraguayo Cubas foi detido enquanto fazia uma transmissão ao vivo no Facebook

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 05/05/2023 às 21:24

Alterado em 05/05/2023 às 21:53

Paraguayo Cubas Reprodução/Twitter

Terceiro colocado nas eleições do Paraguai, o extremista Paraguayo Cubas - que é comparado a Jair Bolsonaro (PL), foi preso preventivamente, nesta sexta-feira (5), por incentivar atos contra o resultado das urnas eletrônicas - lá, o voto é impresso. Ele foi detido enquanto fazia uma transmissão ao vivo no Facebook, em San Lorenzo, localizado a quase 100 quilômetros da capital Assunção.

Cubas agora está preso na sede do Agrupamento Especializado da Polícia. Ele disputou a presidência do Paraguai contra o liberal Efraín Alegre, segundo colocado, e o economista de direita Santiago Peña – que foi eleito pelo Partido Colorado. A legenda de direita manteve uma hegemonia de quase 70 anos no país vizinho.

O pedido de prisão contra o político partiu do Ministério Público, por "perturbação à paz pública" e por "incitação à prática de atos puníveis", conforme informou a coordenadora das eleições pelo órgão, promotora Patricia María Rivarola, em entrevista à Folha de São Paulo. Mais de uma centena de apoiadores do político foram presos durantes os atos antidemocráticos nos últimos três dias.

 

Tentativa de golpe

Menos de 24 horas após o resultado das eleições, extremistas apoiadores de Cubas foram à sede do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral protestar contra a vitória de Peña sob a alegação de fraude eleitoral, manifestações semelhantes às organizadas por apoiadores de Bolsonaro que também queriam um golpe de estado no Brasil.

O governista Santiago Peña foi eleito presidente com 15 pontos percentuais de diferença para o segundo colocado, Alegre - 42,7% x 27,4%. Alegre havia reconhecido a derrota no dia do pleito, mas depois dos protestos se juntou ao coro dos que pedem uma revisão da votação. Nesta sexta, ele publicou um vídeo pedindo a liberdade de Paraguayo Cubas e "de todos os cidadãos presos por pedir transparência".

Apesar das alegadas fraudes, divulgadas por Cubas nas redes sociais, entidades internacionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia (UE) atestaram a lisura do processo eleitoral. A missão da OEA concluiu que "não existe nenhuma razão que ponha em dúvida os resultados apresentados pela autoridade eleitoral", e a União Europeia afirmou que "o processo eleitoral se deu de forma transparente e satisfatória"